Inteligência Artificial

OpenAI estaria interessada em comprar navegador Chrome do Google, diz diretor do ChatGPT

Empresa de tecnologia avalia a possibilidade de aquisição, caso a Justiça americana decida que a Alphabet, controladora do Google, se desfaça do navegador

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 22 de abril de 2025 às 18h17.

Última atualização em 22 de abril de 2025 às 19h23.

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O diretor do ChatGPT, Nick Turley, revelou durante uma audiência nesta terça-feira, 22, que a OpenAI estaria interessada na aquisição do navegador Chrome, caso a Justiça determine que a Alphabet, controladora do Google, se desfaça do produto.

A declaração foi feita durante o depoimento de Turley, convocado pelo Departamento de Justiça para participar do julgamento do caso envolvendo o Google e seu navegador.

"Sim, estaríamos [interessados no Chrome]", afirmou o diretor do ChatGPT em resposta a uma pergunta sobre se a empresa teria interesse no navegador do Google.

O processo busca definir quais mudanças a Alphabet deve implementar após uma decisão judicial do ano passado apontar que a empresa manteve um monopólio no setor de buscas, segundo informações da Bloomberg.

O juiz Amit Mehta deve decidir até agosto quais mudanças o Google precisará adotar em suas práticas de mercado. O Departamento de Justiça sugeriu que a empresa seja forçada a abrir mão do navegador Chrome.

Hoje, o ChatGPT, da OpenAI, já conta com uma extensão que pode ser instalada no Chrome. No entanto, conforme destaca Turley, uma integração mais avançada entre o navegador e as ferramentas da OpenAI poderia resultar em uma experiência de uso mais aprimorada.

"Você poderia oferecer uma experiência realmente incrível se o ChatGPT fosse integrado ao Chrome", afirmou. "Teríamos a capacidade de apresentar aos usuários o que é uma experiência centrada em IA."

Turley destacou que a distribuição continua sendo um dos maiores obstáculos enfrentados pela empresa. Apesar de ter fechado uma parceria para levar o ChatGPT aos iPhones da Apple, ele admitiu que ainda não conseguiu firmar acordos com fabricantes de celulares Android.

Mais cedo, um executivo do Google revelou que, desde janeiro, a companhia vem pagando à Samsung para que o aplicativo de inteligência artificial Gemini seja pré-instalado nos aparelhos da marca. Embora o contrato não seja exclusivo, Turley explicou que as conversas com a fabricante sul-coreana não avançaram muito por causa da capacidade financeira superior do Google em comparação com a OpenAI.

"Não foi por falta de tentativa", disse ele. "Nunca chegamos ao ponto de discutir termos concretos."

Disputa pela liderança da internet

Desde seu lançamento em novembro de 2022, o ChatGPT conquistou enorme popularidade, tornando-se um dos aplicativos com crescimento mais rápido da história. Em fevereiro, a OpenAI anunciou que o serviço ultrapassava os 400 milhões de usuários ativos por semana. Segundo Turley, a empresa já superou as metas de usuários semanais previstas para 2024, embora não tenha revelado números específicos.

Enquanto isso, o Google voltou a ser alvo do Departamento de Justiça dos EUA e de diversos procuradores-gerais estaduais, em mais uma rodada de discussões sobre as medidas que o juiz Amit Mehta poderá impor para conter o domínio do gigante sobre o mercado de buscas online.

Entre as ações sugeridas pelo governo estão a venda do navegador Chrome, a concessão de licenças de dados de busca a concorrentes e o fim de acordos pagos que garantem posições privilegiadas em aplicativos e dispositivos.

O Google argumenta que tais mudanças trariam prejuízos aos consumidores e enfraqueceriam a competitividade tecnológica dos Estados Unidos.

Caso o tribunal decida pela venda do Chrome, isso marcaria a primeira divisão judicial de uma grande corporação americana desde a separação da AT&T nos anos 1980.

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