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No apagar das luzes de 2023, o trem da Hyperloop chega ao último destino: a falência

Startup pioneira em transporte futurista fecha as portas, marcando o fim de uma visão ambiciosa de viagens ultrarrápidas

Testes com Hyperloop realizados em Nevada, nos Estados Unidos (David Becker/Stringer)

Testes com Hyperloop realizados em Nevada, nos Estados Unidos (David Becker/Stringer)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 15h16.

Última atualização em 16 de janeiro de 2024 às 16h35.

A Hyperloop One, startup de transporte futurista que prometia revolucionar as viagens com cápsulas aerodinâmicas em tubos quase sem ar, está encerrando suas atividades, conforme informado pela Bloomberg.

A empresa, fundada em 2014, está liquidando seus ativos, encerrando operações em seus escritórios e demitindo funcionários.

O encerramento formal está previsto para o final do ano, quando toda sua propriedade intelectual será transferida para seu principal acionista, o operador portuário de Dubai, DP World.

Durante sua trajetória, a Hyperloop One captou aproximadamente 450 milhões de dólares em capital de risco e outros investimentos.

No entanto, a descontinuação de uma das maiores empresas de hyperloop representa o declínio de um sonho iniciado com o "alpha paper" de Elon Musk em 2013. Musk teorizou que cápsulas de alumínio, transportando passageiros ou cargas, poderiam ser impulsionadas por tubos quase sem ar, atingindo velocidades de até 1000 km/h, conectando cidades de forma eficiente.

A Hyperloop One, inicialmente chamada de Hyperloop Technologies, passou por várias mudanças de nome, incluindo uma aquisição pela empresa de Richard Branson, transformando-se em Virgin Hyperloop One.

A empresa enfrentou desafios significativos, incluindo processos judiciais e alegações de assédio e má conduta por parte de um de seus cofundadores, além de dificuldades financeiras constantes.

Richard Branson desempenhou um papel fundamental na obtenção de novos investimentos para a empresa, incluindo um aporte de 50 milhões de dólares que ajudou a cumprir obrigações salariais.

Apesar dos avanços tecnológicos, como a construção de uma pista de teste em Nevada e um teste com passageiros humanos em 2020, a Hyperloop One não conseguiu alcançar as altas velocidades prometidas, limitando-se a 160 km/h.

Especialistas criticaram a viabilidade financeira do projeto, considerando-o mais uma visão utópica do que uma solução prática iminente.

A pandemia trouxe mais desafios para a Hyperloop One, com a saída de quase todos os executivos de alto nível e a decisão de abandonar as viagens de passageiros em favor do transporte de cargas. Atualmente, não existem hyperloops em escala real em operação no mundo.

Elon Musk, que havia inicialmente proposto a ideia, voltou sua atenção para outras empresas, como a The Boring Company, que está construindo túneis em Las Vegas, mas para veículos Tesla, e não hyperloops.

Este encerramento simboliza não apenas o fim de uma empresa pioneira, mas também coloca em questão o futuro das viagens ultrarrápidas em tubos, um conceito que, por enquanto, permanece mais no campo da teoria do que na realidade.

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