Inteligência Artificial

"Marketing sem IA é queimar dinheiro": a visão de Thiago Finch sobre o futuro dos anúncios

O empreendedor prevê a extinção de 90% das profissões digitais e afirma: "Quem não domina IA está fora do jogo"

Miguel Fernandes
Miguel Fernandes

Chief Artificial Intelligence Officer da Exame

Publicado em 7 de março de 2025 às 10h37.

Última atualização em 7 de março de 2025 às 11h39.

Nos últimos meses, a inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa distante para se tornar uma ferramenta indispensável no mundo dos negócios. Mas, para Thiago Finch, um dos empreendedores digitais mais reconhecidos do Brasil, essa mudança não é apenas inevitável – ela já aconteceu.

Em uma conversa direta e sem rodeios, ele cravou: “O marketing digital tradicional morreu”.

Thiago Finch: empreendedor é dono da Ticto, uma plataforma de vendas online, e da Holding Bilhon

O marketing mudou – e quem não acompanhar vai ficar para trás

“O marketing digital tradicional morreu. Quem não estiver usando IA para criar conteúdo, analisar dados e otimizar anúncios está simplesmente queimando dinheiro”. Foi assim que Finch abriu nossa conversa. Ele argumenta que a banalização de campanhas feitas “no braço” não tem mais espaço.

“Hoje, ferramentas de IA geram, testam e refinam anúncios em minutos. Quem ainda faz manualmente está ficando para trás”, diz.

Os números confirmam essa visão. Segundo um levantamento publicado pela EXAME, 80% das grandes empresas brasileiras já adotam IA no marketing. Finch acredita que esse cenário elimina a concorrência amadora: “Não há mais espaço para quem improvisa.”

90% das profissões digitais vão mudar ou desaparecer

O impacto da inteligência artificial vai além do marketing. Quando perguntei sobre o futuro do trabalho digital, Finch foi categórico: “90% das profissões digitais vão mudar drasticamente ou desaparecer”.

O motivo? A IA já automatiza desde a criação de textos até o atendimento ao cliente. “O que antes exigia uma equipe inteira pode ser feito por uma ou duas pessoas bem treinadas em prompt engineering.”

Os dados reforçam essa projeção. Um estudo recente aponta que 55% das tarefas repetitivas em empresas de tecnologia poderão ser automatizadas até 2027. Para Finch, a transformação já começou – e quem não se adaptar corre o risco de ficar obsoleto.

O fim da mediocridade ou o começo da manipulação?

Apesar do otimismo, Finch alerta para os riscos da IA. Se, por um lado, ela pode elevar a qualidade do conteúdo, por outro, abre margem para manipulação em massa.

“A IA permite personalizar campanhas, gerar vozes e criar avatares que reproduzem rostos e discursos com perfeição. Isso pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal”, explica. O problema não está na tecnologia, mas no uso que se faz dela.

Para ele, a responsabilidade cabe a quem está por trás da máquina: “Ferramentas não têm moral, usuários sim. Se você usar IA para criar soluções reais, vai vencer. Se usar para manipular, também funciona. A diferença está no propósito”, afirma.

Quem domina a IA domina o mercado

Para Finch, entender IA não é um diferencial – é um requisito mínimo.

“Você quer se destacar? Aprenda a fazer prompts melhores que seus concorrentes. Teste, erre, aprimore. Não tem atalho.” Ele conta que, ao integrar automações de atendimento e geração de conteúdo, conseguiu economizar centenas de horas por mês e reduzir contratações.

Os dados confirmam esse impacto. Empresas que investem em IA são, em média, 35% mais eficientes operacionalmente do que concorrentes que ainda não migraram. “Dominar essas ferramentas”, conclui Finch, “é ter poder de fogo para encarar gigantes.”

Como se manter relevante?

Apesar de todo o avanço da IA, Finch acredita que a essência do trabalho humano ainda será indispensável.

“Empatia, criatividade genuína e networking real ainda não podem ser replicados pela IA. É isso que mantém a gente no jogo.”

Veja a entrevista completa aqui

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