O robô humanóide Tesla Bot: automação pode não ser tão atraente economicamente (Smith Collection/Getty Images)
Repórter
Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 16h20.
Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 15h56.
Um estudo recente conduzido pelo Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT (CSAIL) investigou o futuro da automação de empregos pela inteligência artificial. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira, 22, agora responde questões cruciais sobre quais empregos poderão ser automatizados, quando isso ocorreria e o impacto econômico dessa mudança.
Surpreendentemente, apenas 23% dos salários pagos aos humanos para tarefas manuais seriam economicamente atraentes para serem automatizados com IA[/grifar]. O estudo também considera sistemas de IA auto-hospedados vendidos por fornecedores como a OpenAI, que precisam apenas ser ajustados a tarefas específicas.
Neil Thompson, cientista de pesquisa do MIT CSAIL e coautor do estudo, enfatiza na divulgação do estudo que a disrupção causada pela IA pode ocorrer de maneira mais lenta e menos dramática do que se sugere. "Embora haja um potencial significativo para a IA automatizar tarefas, muitas delas ainda não são atraentes para automação", explica Thompson.
Importante ressaltar que a pesquisa focou em empregos que requerem análise visual, como inspeção de produtos para controle de qualidade. O impacto de modelos geradores de texto e imagem, como o ChatGPT, não foi investigado neste estudo.
Os pesquisadores modelaram o custo de construção de um sistema de IA capaz de substituir totalmente um emprego e avaliaram se as empresas estariam dispostas a pagar os custos iniciais e operacionais de tal sistema. Um exemplo inicial dado no estudo é o de um padeiro, cuja tarefa de verificar a qualidade dos alimentos poderia ser automatizada.
O estudo tem uma série de limitações, que os pesquisadores – para seu crédito – admitem. Por exemplo, não considera casos em que a IA pode aumentar em vez de substituir o trabalho humano (por exemplo, analisar a tacada de golfe de um atleta) ou criar novas tarefas e empregos (por exemplo, manter um sistema de IA) que não existiam antes. Além disso, não leva em consideração todas as possíveis economias de custos que podem advir de modelos pré-treinados como o GPT-4.
É de se perguntar se os pesquisadores podem ter sentido pressão para chegar a certas conclusões por parte do patrocinador do estudo, o MIT-IBM Watson AI Lab. O MIT-IBM Watson AI Lab foi criado com uma doação de 10 anos de US$ 240 milhões da IBM, uma empresa com interesse em garantir que a IA seja percebida como não ameaçadora.