Inteligência Artificial

E as restrições? Nvidia deve vender US$ 12 bilhões em chips de IA à China

Antes das restrições de Biden, Pequim representava mais de 25% das receitas da Nvidia

A empresa do Vale do Silício entregará nos próximos meses mais de 1 milhão de chips (Divulgacão/Divulgação)

A empresa do Vale do Silício entregará nos próximos meses mais de 1 milhão de chips (Divulgacão/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 4 de julho de 2024 às 10h39.

Última atualização em 4 de julho de 2024 às 14h24.

Apesar do controle de exportação imposto pelo governo de Joe Biden, a Nvidia está prestes a vender US$ 12 bilhões em chips de inteligência artificial na China neste ano.

A empresa de US$ 3 trilhões do Vale do Silício entregará nos próximos meses mais de 1 milhão de seus novos chips H20, projetados para ficarem fora das restrições dos EUA para venda de processadores de IA a clientes chineses, de acordo com o Financial Times.

Esse número é quase o dobro do que a rival Huawei deverá vender de seu produto fabricado na China, o Ascend 910B, de acordo com estimativas da SemiAnalysis, uma consultoria de chips.

A Nvidia é a mais recente empresa do Vale do Silício a se ver envolvida nas tensões entre Washington e Pequim. A administração Biden quer conter o fluxo dos chips mais avançados para a China, temendo que Pequim possa usá-los para criar sistemas de IA mais poderosos com fins militares.

A escassez de chips de IA atingiu a capacidade de grupos tecnológicos chineses, como ByteDance, Tencent e Alibaba, de competirem com OpenAI, Microsoft, Meta e Google.

Cada chip H20 custa entre US$ 12 mil e US$ 13 mil, sugerindo que a Nvidia provavelmente gerará mais de US$ 12 bilhões em vendas. Isso seria mais do que a receita de US$ 10,3 bilhões obtida com todos os seus negócios na China – incluindo a venda de chips gráficos para jogadores de PC e outros produtos.

Desde que a administração Biden introduziu pela primeira vez restrições à capacidade da Nvidia de vender seus chips de IA mais poderosos para a China, em 2022, a empresa alertou que seus negócios sofreriam à medida que os fornecedores de computação em nuvem e as startups de IA se voltassem para alternativas locais, como a Huawei.
“Nossos negócios na China são substancialmente inferiores aos níveis do passado”, disse Jensen Huang, CEO da Nvidia, durante a mais recente teleconferência de resultados da empresa, em maio. “E é muito mais competitivo na China agora, devido às limitações da nossa tecnologia ...No entanto, continuamos a fazer o nosso melhor para servir os clientes nos mercados locais.”

Ainda em 2021, antes de os EUA começarem a impor controles às exportações, a China representava mais de 25% das receitas totais da Nvidia. Mesmo que o chip H20 venda tão bem como os analistas esperam, a China poderá estar perto de 10% das vendas neste ano. Isso também reflete o enorme crescimento que a Nvidia está vendo nas empresas de tecnologia dos EUA à medida que constroem sistemas de IA cada vez maiores.

Embora as vendas da Nvidia na China tenham sido mais baixas antes do lançamento do novo H20, analistas do Morgan Stanley e da SemiAnalysis ouvidos pelo FT dizem que o chip agora está sendo enviado em grande volume e está se mostrando popular entre os clientes chineses, apesar de seu desempenho inferior em comparação com os chips que a Nvidia pode vender nos EUA.

Incluindo chips para jogadores de PC, data centers e outros clientes, a China representou 9% das receitas totais da Nvidia no trimestre encerrado em abril, abaixo dos 22% no mesmo período do ano anterior. No entanto, as receitas globais da China, incluindo Hong Kong, ainda aumentaram durante esse período, crescendo mais de 50% em termos anuais, para US$ 2,5 bilhões.

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