Inteligência Artificial

DeepSeek vira alvo de mais 2 mil sites de golpes digitais

Fraudadores exploram a nova IA chinesa para aplicar golpes com domínios falsos, anúncios enganosos e venda de ativos digitais inexistentes, aponta pesquisa enviada com exclusividade à EXAME

Publicado em 16 de fevereiro de 2025 às 11h45.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2025 às 10h24.

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A recém-lançada DeepSeek, inteligência artificial (IA) chinesa que chegou ao mercado em janeiro, já enfrenta um problema conhecido por empresas mais antigas: o uso indevido de seu nome para golpes digitais.

De acordo com um levantamento da empresa de segurança Branddi, enviado com exclusividade à EXAME, foram identificados 2.137 sites falsos utilizando o domínio da DeepSeek apenas em janeiro, sendo que 1.983 surgiram nos últimos seis dias do mês.

Em fevereiro, o cenário continuou alarmante, com outros 230 registros fraudulentos apenas no primeiro final de semana.

Os golpes envolvem diferentes estratégias para enganar usuários e investidores. Entre os mais comuns estão a venda de tokens falsos vinculados à IA e ofertas de versões fraudulentas do aplicativo em criptomoedas.

Os criminosos estão explorando anúncios no Meta Ads para promover promoções enganosas, redirecionando internautas para aplicativos não oficiais e potencialmente perigosos.

Interesse em golpes da DeepSeek cresce no Google

O aumento expressivo de fraudes coincide com o lançamento oficial da DeepSeek, em 20 de janeiro. Esse crescimento não passou despercebido pelo público brasileiro: no dia 28 de janeiro, buscas no Google pelo termo “golpe DeepSeek” cresceram 100 vezes. O pico reflete a preocupação crescente dos usuários com as ameaças digitais associadas à nova plataforma.

Para Gustavo Mariotto, CSO da Branddi, a DeepSeek também é uma vítima da onda de fraudes.

“É importante ressaltar que, em todos os casos citados, as ações partem de golpistas que utilizam a DeepSeek como meio para a realização das fraudes. De toda forma, a plataforma não deve ser culpabilizada pelos golpes aplicados.”

O impacto da Brand Impersonation no mercado

O caso da DeepSeek exemplifica uma técnica de fraude conhecida como Brand Impersonation, na qual criminosos copiam identidade visual e nome de uma marca conhecida para aplicar golpes. Essa abordagem combina domínios falsos, marketplaces paralelos e anúncios enganosos, impactando tanto consumidores quanto empresas.

“Estamos diante de uma dinâmica sofisticada, que amplia o alcance das fraudes e compromete a reputação das marcas envolvidas”, alerta Mariotto. Além dos prejuízos financeiros, o uso indevido de uma marca pode afetar sua credibilidade no mercado e minar a confiança dos usuários.

A Branddi prevê que a disseminação desses golpes deve crescer nos próximos meses, acompanhando o lançamento de novas ferramentas de inteligência artificial. O monitoramento contínuo e a remoção rápida de conteúdos fraudulentos são essenciais para reduzir os impactos negativos dessas práticas.

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