Inteligência Artificial

Indústria de IA atrai doutores com altos salários, gerando impacto no meio acadêmico

Análise revela aumento significativo de doutores em IA optando pelo setor privado e abandonando a pesquisa acadêmica

Universidade de Staford: migração de doutores formados na área de IA para o setor privado (Smith Collection/Getty Images)

Universidade de Staford: migração de doutores formados na área de IA para o setor privado (Smith Collection/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 14h43.

Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 16h12.

O cenário atual da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho tem mostrado uma tendência marcante: a crescente migração de doutores formados na área para o setor privado.

Segundo o Relatório de Índice de Inteligência Artificial da Universidade de Stanford, que avaliou dados da última década, constatou que o número de recém-doutores em IA da América do Norte que ingressaram na indústria de IA após a graduação aumentou de 44,4% em 2010 para cerca de 48% em 2019.

Em contrapartida, a porcentagem desses profissionais que optaram pela carreira acadêmica reduziu significativamente, caindo de 42,1% em 2010 para 23,7% em 2019.

A disposição da indústria privada em oferecer remunerações elevadas para talentos em IA é um dos fatores contribuintes para essa mudança.

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Empresas proeminentes no campo da IA, como OpenAI e Anthropic, oferecem salários iniciais que variam de US$ 700 mil a US$ 900 mil para novos pesquisadores. Além disso, há relatos de que o Google tem oferecido ações da empresa como incentivo para atrair cientistas de dados de ponta.

Essa tendência, embora seja bem recebida pelos graduados em IA — considerando os altos salários iniciais —, está gerando um impacto preocupante no meio acadêmico. Uma pesquisa realizada em 2019 por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Cheung Kong Graduate School of Business, em Pequim, descobriu que quase 100 professores de IA deixaram universidades norte-americanas para se juntar à indústria entre 2018 e 2019.

Este número representa uma parcela considerável, especialmente em um campo especializado como a ciência da computação. Apenas a Carnegie Mellon viu a saída de 16 professores de IA entre 2004 e 2019, enquanto o Instituto de Tecnologia da Geórgia e a Universidade de Washington registraram a perda de aproximadamente uma dúzia de professores cada uma.

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