Repórter
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 11h29.
Última atualização em 5 de novembro de 2024 às 13h43.
O CEO da startup de busca por IA Perplexity, Aravind Srinivas, ofereceu assistência ao New York Times (NYT) em meio a uma greve de trabalhadores de tecnologia que começou nesta semana.
O movimento, anunciado pelo sindicato de trabalhadores do NYT, reúne funcionários responsáveis pelo suporte de software e análise de dados na operação de negócios do jornal, que pedem um aumento salarial anual de 2,5% e a manutenção de dois dias de trabalho presencial por semana.
Em declaração postada na rede X (ex-Twitter), o grupo de trabalhadores informou que a empresa não se dispôs a negociar um contrato justo ou a evitar práticas trabalhistas consideradas abusivas.
“Eles não nos deixaram escolha a não ser demonstrar o poder do nosso trabalho na linha de piquete,” afirmou Kathy Zhang, presidente do sindicato.
A greve, que ocorre poucos dias antes das eleições presidenciais dos EUA, gerou reações de executivos do NYT. O editor do jornal, AG Sulzberger, criticou o movimento às vésperas da eleição, afirmando que a cobertura do Times é essencial para milhões de pessoas nesse período.
No mesmo contexto, Srinivas, CEO da Perplexity, ofereceu ajuda técnica ao jornal através da rede X. Em resposta a um tuíte que citava Sulzberger, ele escreveu: "Estamos à disposição para garantir que sua cobertura esteja disponível para todos durante a eleição."
No entanto, a oferta de Srinivas foi recebida de forma negativa, com diversos usuários o acusando de agir como "pelego" – termo pejorativo para quem tenta enfraquecer greves trabalhistas em favor das empresas.
A atitude do CEO ocorre em um momento de tensão entre Perplexity e o NYT, que recentemente enviou uma notificação formal exigindo que a startup cessasse o uso não autorizado de conteúdo do Times em seu sistema de IA.
Em resposta às críticas, Srinivas explicou que a intenção não era substituir jornalistas ou engenheiros do Times, mas oferecer suporte técnico em um dia de alto tráfego. Ainda assim, a proposta foi considerada problemática, pois os funcionários em greve são justamente aqueles que fornecem o suporte técnico necessário ao NYT.