Inteligência Artificial

China pede em Davos limites para a IA e menos obstáculos comerciais

Os avanços da denominada IA generativa, que impactaram a opinião pública com o programa ChatGPT, centralizaram muitos dos debates em Davos

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang: discurso na reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, em 16 de janeiro de 2024 (Yann SCHREIBER, Sophie ESTIENNE /AFP)

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang: discurso na reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, em 16 de janeiro de 2024 (Yann SCHREIBER, Sophie ESTIENNE /AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 15h15.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, denunciou nesta terça-feira, 16, no Fórum Econômico Mundial de Davos, obstáculos comerciais "discriminatórios" e defendeu a determinação de "linhas vermelhas" para o desenvolvimento da inteligência artificial (IA).

Li Qiang é a mais importante autoridade chinesa a participar do Fórum Econômico Mundial celebrado todos os anos na Suíça desde 2017, quando o presidente Xi Jinping esteve no evento.

Em seu discurso, poucos dias após a eleição presidencial em Taiwan, que levanta temores de um ressurgimento das tensões entre China e Estados Unidos, não abordou abertamente as questões diplomáticas, focando na economia.

Li denunciou "medidas discriminatórias para o comércio e o investimento" que ressurgem a cada ano e afirmou que "todos os obstáculos e perturbações podem desacelerar ou bloquear fluxos vitais para a economia global".

O primeiro-ministro não mencionou nenhum país, mas o comércio tem sido uma questão espinhosa entre a China, Estados Unidos e União Europeia (UE) nos últimos anos.

Recentemente, os Estados Unidos voltaram a impor limites às exportações de chips essenciais para o desenvolvimento da tecnologia de Inteligência Artificial e a UE abriu uma investigação sobre os subsídios chineses para veículos elétricos.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, respondeu em Davos que as restrições dos Estados Unidos à exportação para a China de alguns semicondutores "não são um bloqueio tecnológico" e buscam proteger a segurança nacional.

"Quero que fique claro que essas medidas personalizadas não são um bloqueio tecnológico, não buscam restringir o comércio, ou o investimento em geral, e não fazem isso", afirmou Sullivan em um discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

 "A corrida já começou"

Li Qiang também defendeu uma "boa governança" para a tecnologia da IA, que está em alta, assegurando que a China "deseja desenvolver a comunicação e a cooperação com todas as partes para melhorar os mecanismos de governança da Inteligência Artificial".

Os avanços da denominada IA generativa, que impactaram a opinião pública com o programa ChatGPT, centralizaram muitos dos debates em Davos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, advertiu que a UE deve "redobrar seus esforços" para não ficar para trás nesta corrida.

"A corrida já começou. Nossa competitividade futura depende da integração da IA em nossas atividades diárias", informou.

O diretor-executivo da Microsoft, Satya Nadella, defendeu sua parceria com a OpenAI, que criou o chatGPT, cujos investimentos de aproximadamente 13 bilhões de dólares (cerca de 65 bilhões de reais na cotação atual) desde 2019 são alvos de reguladores europeus.

"As parcerias são um caminho para adquirir competitividade", afirmou em um evento organizado pela Bloomberg em paralelo aos encontros de Davos, destacando o "grande risco" assumido pela Microsoft.

A reunião em Davos contará com a presença do presidente argentino, Javier Milei, que apresentará suas ideias libertárias a este fórum que reúne as elites econômicas e políticas do mundo.

Este economista ultraliberal de 53 anos que assumiu o poder há pouco mais de um mês desperta grande interesse.

"Há mais de 60 pedidos de bilaterais", disse Milei antes de viajar. "Não tenho como responder fisicamente a tamanha demanda".

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