Inteligência Artificial

Big Techs devem investir US$ 320 bilhões em IA em 2025

Com investimentos planejados de mais de US$ 100 milhões em 2025, a Amazon lidera em volume de gastos com inteligência artificial

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 09h37.

Os investimentos em inteligência artificial das gigantes americanas do mercado de tecnologia estão longe de diminuir. De acordo com os balanços divulgados recentemente, Amazon, Microsoft, Google e Meta devem investir, conjuntamente, US$ 320 bilhões em 2025.

Em comparação, em 2024, elas gastaram US$ 246 bilhões nos seus esforços para construir data centers, adquirir chips de IA e expandir sua capacidade de computação em nuvem para alimentar modelos de linguagem.

O movimento das Big Techs vai na contramão da sinalização dos investidores de que é preciso ponderar os investimentos em inteligência artificial.

O mercado está preocupado que os gastos elevados não irão se converter em retornos financeiros. Essa preocupação aumentou após a chinesa DeepSeek divulgar um novo modelo de IA eficiente construído a partir de chips antigos da Nvidia.

Os executivos das empresas de tecnologia têm tentado tranquilizar seus investidores afirmando que o barateamento dos custos de inteligência artificial deve levar a uma maior demanda por produtos de IA.

"À medida que a IA se torna mais eficiente e acessível, veremos seu uso disparar, transformando-a em uma commodity da qual nunca vamos nos cansar", afirmou Satya Nadella, CEO da Microsoft, em uma publicação no X, antigo Twitter.

Amazon

A Amazon lidera em volume de investimentos planejados. A gigante do varejo planeja gastar mais de US$ 100 bilhões neste ano, contra US$ 77 no ano passado.

Segundo a empresa, a maior parte desse valor será destinada à expansão da Amazon Web Services e à escalabilidade da infraestrutura de IA.

As ações da Amazon caíram mais de 5% após o anúncio de seus planos de investimento.

O CEO Andy Jassy defendeu os gastos anunciados e disse que há “sinais significativos” de demanda por serviços com inteligência artificial.

“Quando a AWS expande seu capex, particularmente para uma oportunidade de negócios única na vida como a IA, acho que isso é, na verdade, um bom sinal, a médio e longo prazo, para o negócio", disse Jassy.

Google

As ações do Google também caíram após a divulgação de resultados na última terça-feira. Os papéis tiveram queda de mais de 8% após a Alphabet, empresa dona do Google, anunciar que planeja investimentos de cerca de US$ 75 bilhões em 2025.

Sundar Pichai, CEO da companhia, defendeu os gastos. Ele apontou que o Google lidera os avanços em IA e precisa construir infraestrutura para aplicações futuras. Segundo Pichai, a empresa constrói, testa e lança produtos mais rápido do que nunca, o que se traduz em “uso de produtos, crescimento de receita e resultados."

Alguns analistas, no entanto, se preocupam com o fato de que as ferramentas de IA do Google, como o chatbot Gemini, ainda não provaram sua capacidade de gerar receita.

Microsoft

A Microsoft, por sua vez, anunciou que planeja investir US$ 80 bilhões em infraestrutura de IA em 2025. O CEO da companhia, Satya Nadella, disse que a demanda por serviços de IA está superando as expectativas.

“O nosso negócio de IA superou uma taxa anual de receita de US$ 13 bilhões, um aumento de 175% ano a ano", escreveu Nadella em um comunicado ao mercado.

Apesar do grande aumento de receita com IA, as ações da Microsoft caíram após a divulgação de resultados.

Alguns analistas argumentam que, embora a Microsoft tenha uma vantagem inicial devido à sua parceria com a OpenAI, dona do ChatGPT, ela ainda não conseguiu converter o entusiasmo inicial com IA em uma fonte de receita sustentável a longo prazo.

Meta

Na Meta, os gastos com IA também estão aumentando. A empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp projeta investimentos de US$ 60 bilhões a US$ 65 bilhões neste ano, ante US$ 39 bilhões em 2024.

O CEO Mark Zuckerberg disse a investidores que a IA será central para a estratégia de crescimento da empresa. A companhia também tem se esforçado para estabelecer um "padrão americano" para modelos de IA de código aberto, o que pode distinguir sua abordagem da dos concorrentes.

Após a teleconferência com investidores, as ações da Meta subiram. Analistas atribuem isso à capacidade da empresa de monetizar a IA por meio da sua ferramenta de segmentação de anúncios nas redes sociais.

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