Arcabouço legal na China estabelece uma base para que empresas de tecnologia chinesas possam aplicar modelos de big data e aprimorar seus algoritmos de IA (Weiquan Lin/Getty Images)
Agência
Publicado em 21 de junho de 2023 às 19h28.
Última atualização em 21 de junho de 2023 às 19h33.
A autoridade de ciberespaço da China divulgou uma lista de 41 algoritmos de serviços de síntese profunda desenvolvidos por empresas de internet chinesas. Esse movimento está ajudando a estabelecer um arcabouço legal para a inteligência artificial generativa (IA), um setor de elevada tecnologia altamente competitivo que está experimentando um rápido desenvolvimento na China.
A lista de 41 itens inclui algoritmos para inovações em IA, como big data, geração e identificação de gráficos, geração de vídeo, geração e identificação de voz, atendimento ao cliente inteligente e fusão facial. Isso destaca os avanços das empresas de tecnologia chinesas em diferentes áreas de IA.
Os gigantes da tecnologia chinesa, como Baidu, Tencent, Alibaba, ByteDance, iFlyTek e Meitu, estão entre as empresas que desenvolveram essas tecnologias, de acordo com o Global Times.
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Essas inovações tecnológicas especificam os cenários de aplicação para cada algoritmo individual. Por exemplo, a tecnologia de identificação de voz desenvolvida pela iFlyTek pode ser aplicada em cenários de geração de voz, permitindo que os desenvolvedores extraiam os caracteres da voz a partir de gravações e os combinem com algoritmos para identificar pequenos trechos de voz e gerar informações em texto.
Outro exemplo é o algoritmo de fusão facial desenvolvido pela Bighead Bros, com sede em Shenzhen, que possui o aplicativo de vídeo Doupai. Esse algoritmo permite a fusão da imagem enviada pelos usuários com uma imagem humana específica, gerando uma imagem facial e um vídeo que exibem as características faciais dos usuários.
A tecnologia de síntese profunda envolve aprendizado profundo, aprendizado de máquina e outros sistemas de processamento algorítmico e é conhecida tecnicamente como “deepfake”. Ela utiliza conjuntos de dados mistos e algoritmos de IA para produzir conteúdo sintético, porém “falso”. Essa tecnologia ganhou popularidade rapidamente na China, especialmente após o sucesso mundial do ChatGPT, um chatbot gerado por IA que também é considerado uma aplicação avançada da tecnologia deepfake.
“A lista é uma resposta oportuna aos novos desenvolvimentos no mercado de IA. Ela esclarece quais aplicações de algoritmos são legítimas, quem pode usá-las e em quais casos. Isso é importante para o crescimento regulamentado dessa tecnologia de duplo sentido”, afirmou Wang Peng, pesquisador da Academia de Ciências Sociais de Pequim, ao Global Times.
Em meio à acirrada competição global e ao bloqueio liderado pelos EUA contra o avanço tecnológico da China, o arcabouço legal estabelecido fornece uma base para que as empresas de tecnologia chinesas possam aplicar modelos de big data e aprimorar seus algoritmos de IA. Isso impulsionará a ampla aplicação das tecnologias relevantes, conforme observado por Wang.
Os especialistas destacam que a regulação da aplicação desses algoritmos é fundamental para fortalecer a segurança dos dados. A publicação desses 41 algoritmos, juntamente com outras regulamentações emitidas nos últimos meses sobre conteúdo gerado por IA, tem o objetivo de evitar potenciais abusos da tecnologia deepfake, que já apresentou desafios de supervisão, como violação de direitos autorais, práticas ilegais como fraude e até mesmo ameaças à segurança nacional e estabilidade social.
Essa iniciativa está em conformidade com o regulamento de gerenciamento da síntese profunda de serviços de informações da internet, que entrou em vigor em janeiro de 2023. Segundo o regulamento, os provedores de serviços de síntese profunda com características de opinião pública ou capacidades de mobilização social devem registrar seus serviços. Qualquer alteração ou cancelamento desses serviços de síntese profunda deve seguir os procedimentos estabelecidos.