O dispositivo será o mais recente a integrar o sistema “Apple Intelligence”, anunciado pelo CEO Tim Cook em junho ((Karl Mondon/Digital First Media/The Mercury News/Getty Images)
Repórter
Publicado em 9 de setembro de 2024 às 10h51.
Última atualização em 9 de setembro de 2024 às 10h59.
A Apple enxerga, assim como todas as gigantes de Wall Street, que a inteligência artificial é a única forma de se manter competitiva. A nova tecnologia será apresentada como o motor de vendas do seu novo iPhone, que vêm desacelerando. Nesta segunda-feira, 9, direto de sua sede em Cupertino, Califórnia, a empresa trará o novo dispositivo com Wall Street projetando que as funcionalidades de IA generativa atraiam milhões de consumidores para adquirir a versão repaginada.
A expectativa do mercado é que as vendas de iPhones cresçam cerca de 5% em receita até 2025, apoiadas em um ciclo de atualização de consumidores atraídos pelas inovações de IA. Essa será a primeira vez, desde o lançamento do iPhone original há mais de 17 anos, que a Apple dependerá mais de melhorias em software alimentado por IA do que de avanços no hardware para motivar as compras.
O dispositivo será o mais recente a integrar o sistema “Apple Intelligence”, anunciado pelo CEO Tim Cook em junho. Esse sistema inclui uma Siri redesenhada, recursos de edição de fotos movidos por IA desenvolvida pela própria Apple, e uma parceria com a OpenAI, que permitirá aos usuários acesso gratuito ao ChatGPT.
A empresa também revelou que o iPhone 16 virá equipado com o novo chip A18, desenvolvido com a tecnologia mais avançada da Arm para lidar melhor com as cargas computacionais exigidas pelos modelos de IA. No entanto, analistas querem mais clareza sobre a velocidade com que a Apple poderá expandir e melhorar o sistema Apple Intelligence, o que adiciona um fator de imprevisibilidade ao futuro dos negócios da empresa.
O sucesso do iPhone 16 pode representar uma recuperação após um ano difícil para as vendas do dispositivo.
As receitas com o iPhone caíram 10% no primeiro trimestre de 2024, atingindo US$ 46 bilhões, em parte devido à forte concorrência na China.
No segundo trimestre, as vendas do iPhone ainda estavam levemente abaixo do mesmo período no ano anterior, com uma receita de US$ 39,3 bilhões. O iPhone continua a representar cerca de 46% da receita total da Apple nesse período.
As ações da Apple subiram aproximadamente 19% desde o início de 2024, com um impulso significativo após o anúncio do Apple Intelligence. Isso ajudou a empresa a manter sua posição como a mais valiosa companhia listada em bolsa dos EUA, superando concorrentes como Microsoft e Nvidia.
Porém, um ponto de incerteza é a velocidade de implementação global do Apple Intelligence. A Apple afirmou que os novos recursos da parceria com a OpenAI estarão disponíveis até o final de 2024, começando pelo inglês americano, enquanto algumas funções foram temporariamente adiadas na Europa devido às novas regulamentações tecnológicas da União Europeia.
Gene Munster, da Deepwater Asset Management, destacou ao FT que o sucesso do iPhone pode variar, lembrando que em 2019 as vendas caíram 13,6%, mas depois registraram crescimento de 39,3% durante a pandemia, em 2021.
“A dinâmica de lançamento do iPhone tende a ser imprevisível. Não é uma receita estável, apesar de muitos investidores pensarem o contrário", disse Munster.