Inteligência Artificial

Após perder espaço no varejo, Alibaba tem um novo objetivo: criar a inteligência artificial geral

Apesar do e-commerce ser parte central dos negócios do Alibaba, CEO da empresa afirma que o grupo pode dar uma guinada nos investimentos

Ramana Rech
Ramana Rech

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Publicado em 23 de fevereiro de 2025 às 13h20.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2025 às 14h15.

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Em meio a uma acirrada disputa no mercado de comércio eletrônico chinês, o gigante Alibaba anuncia uma ofensiva bilionária em inteligência artificial (IA). A varejista, que já viu sua participação no e-commerce do país cair de 80% em 2017 para 37% em 2023, aposta na tecnologia para retomar o protagonismo no setor.

O CEO Eddie Wu revelou que a companhia pretende investir nos próximos três anos um montante em IA e computação superior ao aplicado na última década. Embora não tenha divulgado valores precisos, a declaração sinaliza um aporte expressivo nessas tecnologias.

Segundo Wu, a busca será pela inteligência artificial geral (AGI), o mesmo tipo de tecnologia que hoje é foco da OpenAI nos EUA. “Nosso objetivo é continuar desenvolvendo modelos que expandem os limites da inteligência”, afirmou Wu em conferência com investidores para falar dos resultados da empresa do terceiro trimestre de 2024, quando registrou salto de 239% de lucro. Em teoria, sistema de AGI apresentam capacidades cognitivas que ultrapassam a de seres humanas.

A companhia lançou em janeiro deste ano uma nova versão do modelo de inteligência artificial Qwen 2.5. Segundo testes da empresa, a IA teve desempenho superior aos modelos da OpenAI, da Meta e da DeepSeek. O presidente do Alibaba, Joe Tsai, também anunciou neste mês que o grupo será responsável por fornecer IA aos iPhones da Apple, ultrapassando a concorrente chinesa Baidu.

No front do e-commerce, a IA generativa já está sendo implementada para auxiliar vendedores, permitindo edição de fotos de produtos e criação de modelos virtuais. A tecnologia também tem impulsionado os serviços em nuvem do grupo, que registram crescimento de três dígitos há seis trimestres consecutivos.

A aposta em IA se estende às operações internacionais do Alibaba. A unidade de comércio eletrônico transfronteiriço utiliza ferramentas de IA generativa para tradução, criação de conteúdo e gestão de devoluções.

Wu enfatiza que a estratégia do grupo permanecerá centrada no usuário, com a IA como motor de inovação. O objetivo é aprimorar não apenas o e-commerce, mas todas as operações do conglomerado.

A corrida tecnológica do Alibaba reflete a intensa competição no mercado chinês de varejo digital. Com rivais como JD.com e Pinduoduo ganhando terreno, a gigante de Jack Ma busca na IA um diferencial para reconquistar a liderança perdida nos últimos anos.

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