Repórter
Publicado em 13 de junho de 2024 às 14h36.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 14h37.
Em setembro de 2023, David Limp, então chefe de dispositivos e serviços da Amazon, apresentou uma nova versão da assistente por voz Alexa, agora equipada com IA generativa. Durante um evento no segundo quartel-general da empresa, nos subúrbios de Washington DC, Limp demonstrou a Alexa mais uma vez, com o comando “Alexa, vamos conversar”.
No teste, impressionou os presentes ao responder perguntas e enviar mensagens com uma voz mais alegre e menos robótica. A previsão era que essa versão estivesse disponível como prévia gratuita em dispositivos nos EUA. Rohit Prasad, vice-presidente sênior da Amazon e líder da Alexa, chamou a novidade de uma “transformação massiva”, destacando-a como um “super agente”. A Amazon desejava refutar percepções de que a Alexa era pouco inteligente, especialmente após o CEO da Microsoft, Satya Nadella, afirmar que ela era “burra como uma pedra” em março de 2023.
Entretanto, após o evento, a Alexa tradicional continuou sem mudanças nos dispositivos já vendidos globalmente, e poucas notícias surgiram sobre a nova Alexa com IA generativa.Ex-funcionários da Amazon ouvidos pelo Fortune apontam problemas estruturais e tecnológicos como causa dos atrasos, destacando que a empresa está atrás de rivais como Google, Microsoft e Meta. Ainda assim, em reportes para investidores, a empresa indicou um possível lançamento com cobrança de assinatura no final do ano.
Os antigos empregados afirmam que a demonstração de setembro foi apenas isso—uma demonstração. O novo modelo de linguagem da Alexa ainda não estava pronto para ser lançado. A falta de dados e de chips especializados são barreiras significativas. Além disso, a Amazon priorizou o desenvolvimento de IA para sua unidade de computação em nuvem, AWS, em detrimento da Alexa.
Enquanto isso, a concorrência avança. A Apple anunciou recentemente melhorias significativas para a Siri, incluindo uma voz mais natural e integração com o ChatGPT. Isso só aumenta a pressão sobre a Amazon para entregar a nova Alexa.
Ex-funcionários também relatam "problemas de burocracia interna e políticas organizacionais egoístas que dificultam o progresso". A falta de uma visão clara e de coordenação entre as equipes agrava a situação.
A realidade é que, embora a Amazon tenha vendido mais de 500 milhões de dispositivos Alexa, a assistente corre o risco de se tornar uma relíquia digital, incapaz de competir com os avanços rápidos dos líderes em IA generativa.