Brasileiro João Moura recebeu investimento milionário para desenvolver a tecnologia (Baguete/Reprodução)
Professor na EXAME + Saint Paul
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 11h00.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2025 às 18h13.
Nos últimos anos, a inteligência artificial tem ganhado um papel central nas transformações empresariais.
Entre suas atribuições, estamos agora testemunhando a ascensão dos agentes de IA, que estão redefinindo os próprios processos de negócios.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, esses agentes não são apenas uma evolução das tecnologias existentes, e sim um ponto de inflexão radical que pode substituir estruturas inteiras de operação – desde plataformas SaaS até as interfaces tradicionais que conhecemos.
A mensagem é clara, os agentes de IA são o elemento-chave para uma nova forma de operar, e ignorar esse movimento pode ser um erro fatal para empresas e profissionais que buscam grande relevância no futuro.
Eu sou um grande entusiasta de automações, uma das aplicações da Inteligência Artificial, vejo que todo profissional deveria saber pelo menos criar um fluxo simples de automação, seja usando Zapier, Make, N8N, Bardeen, Manychat, entre outras.
Porém, ao contrário da automação clássica, que segue regras fixas para realizar tarefas repetitivas, os agentes de IA oferecem uma inteligência adaptativa, capaz de tomar decisões autônomas e aprender com novas informações.
O World Economic Forum (2025) prevê que, até 2030, 34% do trabalho será feito por máquinas, com uma parte significativa dessa mudança sendo impulsionada por agentes de IA.
Com isso, surge uma grande questão: será que ainda vale a pena continuar investindo em SaaS tradicionais e em automatizações quando já estamos em um ponto de transição para um novo modelo de trabalho inteligente?
Como um tempero ainda maior para essa pergunta, a própria Microsoft comunicou no CES em 2025 que ela já aposta em agentes personalizados que substituem interfaces estáticas.
Inclusive, Satya Nadella, CEO da Microsoft, prevê que os agentes de IA vão substituir plataformas SaaS, criando sistemas mais dinâmicos e inteligentes, que não dependem de camadas de aplicativos predefinidas, mas interagem diretamente com os dados e bancos de dados.
Se por um lado a transição para os agentes de IA representa um risco para aqueles que estão apegados a soluções tradicionais, por outro, representa uma oportunidade de redefinir a forma como os negócios são gerenciados.
A adaptação aos agentes de IA permitirá que as empresas ganhem eficiência e se tornem mais inteligentes e resilientes às mudanças do mercado.
E quem acredita que estamos falando apenas de grandes empresas, estão muito enganados.
Em um futuro nada distante, os agentes de IA estarão massivamente ao alcance de pequenas agências, freelancers e todos os tipos de prestadores de serviços, tornando possível realizar de forma escalável, tarefas como tradução de conteúdo, previsão de resultados, atendimentos e cotação de forma autônoma e inteligente.
Isso, além de trazer uma grande melhoria operacional, representa uma transformação de como o trabalho é feito, permitindo que profissionais gastem menos tempo em tarefas repetitivas e mais em atividades de alto valor agregado.
Gráfico do Google Trends mostra crescimento constante do interesse em "agentes de IA" no Google. Dados consideram o período entre 11/01/2024 e 11/01/2025
A revolução dos agentes de IA já começou e tende a ser o termo profissional do ano de 2025 – já começamos a perceber várias empresas e novos serviços de tecnologias sendo criadas para servir esse mercado em expansão.
Um dos principais destaques é a Crew.ai, fundada pelo brasileiro João Moura, que recebeu US$ 18 milhões de investimento no fim de 2024 e possui uma estrutura de código aberto que executa mais de 10 milhões de agentes por mês em 150 países.
Sua solução já está sendo usada por mais de 50% das empresas da Fortune 500 e atraiu a atenção de gigantes da tecnologia, como OpenAI e IBM.
O futuro dos negócios será definido pela capacidade de integrar agentes inteligentes, que aprenderão, se adaptarão e revolucionarão o jeito que trabalhamos e pensamos negócios.