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China

Vivo, líder em smartphones na China, estreia no Brasil com fabricação local e nova marca

Fabricante vai usar a marca Jovi e tem ambição de brigar pelas primeiras posições num momento de reorganização global das cadeias de produção

Vivo: uma das maiores fabricantes chinesas de smartphone vai chegar ao Brasil (Nasir Kachroo/NurPhoto/Getty Images)
Vivo: uma das maiores fabricantes chinesas de smartphone vai chegar ao Brasil (Nasir Kachroo/NurPhoto/Getty Images)
Lucas Amorim

Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 7 de abril de 2025 às 11:00.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 11:01.

A Vivo, uma das maiores fabricantes chinesas de smartphone, vai chegar ao Brasil com design e produção local, em Manaus. E nova marca: para fugir da coincidência com a marca de telecomunicações, a gigante chinesa usará a marca Jovi no mercado brasileiro.

Os smartphones devem chegar ao mercado local no segundo trimestre, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira, 7. A produção já começou, em uma nova fábrica montada na Zona Franca de Manaus.

Presente em mais de 60 países desde que iniciou sua expansão global, em 2014, a empresa-mãe da JOVI lidera as vendas na China, onde obteve 18% de participação de mercado no quarto trimestre de 2024, de acordo com a consultoria Counterpoint. Em sua investida internacional, a empresa patrocina a Fifa desde 2017 e em 2022 foi uma das empresas com marca exibida nas placas de publicidade da Copa do Mundo no Catar.

A Vivo Mobile Communication foi criada em 1995, tem mais de 500 milhões de clientes. É reconhecida na China como uma fabricante de alta tecnologia, com produtos nos nichos premium e medium high. Entre os produtos mais emblemáticos da empresa estão o primeiro smartphone com leitor de digitais integrado na tela, o X20Plus UD, de 2018. Em 2021 a empresa lançou o X70, primeiro smartphone com chip proprietário.

Invasão chinesa?

O anúncio da Jovi foi feito três dias depois de uma reportagem da EXAME revelar que a americana Apple estuda ampliar a montagem de iPhones no Brasil. O pano de fundo é um rearranjo nas cadeias globais de produção para contornar as tarifas de importação anunciadas por Donald Trump.

Trump taxou a China em 34%, e recebeu como resposta uma tarifa recíproca no mesmo percentual, na sexta-feira. A guerra comercial, e as incertezas comerciais, levaram a uma nova queda acentuada nos mercados, nesta segunda-feira. A bolsa de Hong Kong caiu impressionantes 17% hoje.

A incerteza deve acentuar a tendência de novas fabricantes chinesas investirem em mercados ocidentais, como o Brasil. Em janeiro, quem havia anunciado sua chegada ao país é a Honor, uma fabricante criada como subsidiária da Huawei e que desde 2020 atua de forma independente. A meta da empresa é chegar a 3 mil pontos de venda no país, com produtos que, assim como a Jovi, disputam clientes de médio e alto poder aquisitivo.

Outras marcas chinesas que competem pela mesma faixa de público são a Xiaomi e Oppo, do mesmo grupo controlador da Jovi, o BBK. Todas têm o Brasil como uma das prioridades para expansão global.

"O Brasil é um mercado de 40 milhões de smartphones por ano com vendas concentradas em quatro marcas. A entrada das chinesas traz mais opções, sobretudo para produtos de alto desempenho", diz um especialista próximo à Jovi. "São gigantes que atuam globalmente e só agora chegam ao Brasil, um dos últimos grandes mercados a serem conquistados".

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Lucas Amorim

Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, começou a carreira no Diário Catarinense. Está na Exame desde 2008, onde começou como repórter de negócios. Já foi editor de negócios e coordenador do aplicativo da Exame.

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