Unico: ex-VP de engenharia assume como 1ª mulher no conselho do unicórnio
Fernanda Weiden, que passou por empresas como Google e Facebook, quintuplicou o time de tecnologia da IDTech
Publicado em 18 de setembro de 2021 às 15:23.
O unicórnio de biometria Unico tem um nome novo no seu conselho de administração: a ex-vice presidente de engenharia, Fernanda Weiden, assume como a primeira mulher do grupo. Com passagens por multinacionais como Google e Facebook, a executiva segue com o desafio de ajudar a empresa a se tornar uma gigante internacional da tecnologia. Ariovaldo Carmona, ex-VP da OLX, que está na Unico desde o final do ano passado, será o novo líder da equipe de engenharia.
Em entrevista ao EXAME IN, Weiden contou que o convite para assumir uma posição no conselho aconteceu depois de ela perceber, e comunicar à liderança da empresa, que precisava de mais tempo com a filha, de que tem pouco mais de um ano de idade. "Assumi a cadeira de VP de engenharia logo que voltei da licença maternidade, depois de um período como advisor da Unico. Quando contei ao Diego [cofundador e CEO] que precisava sair para passar mais tempo com ela, ele me disse que queria que eu continuasse a ser sua 'chefe', só que agora numa dinâmica nova", relembra a executiva.
Weiden assumiu a equipe de engenharia da Unico em outubro do ano passado. Antes disso, trabalhou por sete anos no Facebook – seu último cargo foi de diretora de engenharia e produção do Facebook em Menlo Park, nos Estados Unidos. Na companhia, ela era responsável por gerenciar a estrutura de risco e escalabilidade de anúncios e pagamentos do WhatsApp, Instagram e Facebook, comandando uma equipe com mais de 250 pessoas. Antes de trabalhar na empresa de Mark Zuckerberg, passou seis anos no Google.
"Eu saí do Facebook em 2019 para voltar para a Europa, com meu marido. Mas antes de deixar o Vale do Silício, acabei conhecendo os fundadores da Unico por intermedio do Nelson Mattos [ex-VP do Google], que também está no conselho da empresa", diz Weiden.
No comando da equipe de engenharia do unicórnio brasileiro, a ex-vice presidente recebeu o desafio de estruturar e escalar a operação de tecnologia. Quando ela se juntou ao grupo, a empresa havia acabado de receber um aporte de R$ 580 milhões liderado pelo General Atlantic e pelo SoftBank e precisava crescer. “Eu gostei da Unico de cara: é uma empresa brasileira montando um produto que não é uma cópia de nenhum outro. Quando assumi como VP, vi que o desafio era garantir a sustentabilidade dos produtos", diz.
Na sua gestão, o time de engenharia dedicado à inovação quintuplicou, chegando a 125 pessoas. Ela propôs também que a empresa instituísse planos de carreira para as áreas técnicas, de modo que os profissionais não precisassem necessariamente assumir cargos de gestão para avançar.
Seu principal legado são os processos criados no começo deste ano para dar velocidade aos times de desenvolvimento. "No final do ano, todo mundo achava que era impossível entregar todos os produtos que estavam nos planos. Então, sugeri aos diretores que o time de tecnologia não entregasse nada no primeiro quartil, mas ficasse focado em melhorar a qualidade e a velocidade de produção e de testes. Foi um verdadeiro sucesso, hoje a equipe está pronta e dentro dos prazos para fazer o que é necessário até o final do ano", diz Weiden.
Segundo Diego Martins, presidente da IDTech, desde que Weiden se aproximou da empresa, ainda como advisor em 2019, ela ajudou as equipes a contratar talentos e a trabalhar de forma mais eficiente, dando conta da alta demanda que surgiu com os movimentos de transformação digital impulsionados pela pandemia. "Com a Fernanda em nosso Conselho, estaremos ainda mais seguros de que a Unico caminha para ser uma das maiores empresas do Brasil e do mundo. Vamos mostrar que o Brasil pode ter uma big tech”, diz Martins.
Além de continuar a pensar em tecnologia, Weiden está dedicada à expansão de iniciativas que permitam que mais mulheres e mães, assim como ela, ocupem cargos estratégicos em empresas de tecnologia. Dentro da Unico, ela criou o programa “Mães na Engenharia”, que permite que duas mulheres ocupem uma vaga de trabalho, cada uma trabalhando 60% da carga horária. No total, são 10 vagas que vão empregar 20 mulheres de áreas técnicas que estejam voltando ao mercado de trabalho no pós-maternidade.
“Recebemos mais de 200 inscrições no programa, deu muito certo. Depois da nossa iniciativa, outras empresas nos contataram para saber como fazer o mesmo, e essa era a minha intenção, cutucar a indústria para mostrar que dá para ter oportunidades para todos”, afirma Weiden.
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