Porto Seguro está esbanjando saúde e deve trazer retorno de 30% em 2025, diz BBI
Crescimento vigoroso da vertical de saúde e resiliência em automóveis fazem banco mudar recomendação de "neutra" para "compra" – com projeções acima do consenso
Rebecca Crepaldi
Repórter de finanças
Publicado em 30 de setembro de 2024 às 14:19.
Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 17:01.
O aumento da Selic e o bom momento em adição de vidas para a vertical de saúde levaram o Bradesco BBI a ficar otimista com as ações da Porto Seguro.
O banco revisou sua recomendação para as ações de “neutra” para “compra”, com preço-alvo de R$ 45 ao fim de 2025, o que representa um potencial de alta de quase 23% frente a cotação de R$ 36,65 do último fechamento de sexta-feira, 27.
Adicionando o dividend yield de mais de 7%, o retorno total pode passar de 30%, aponta o BBI.
Além de um aumento com as receitas financeiras em meio à alta de juros, o segmento da Porto Saúde tem “superado as expectativas” do banco, com o número de vidas seguradas aumentando mais de 30% nos últimos três trimestres, o que colabora para elevar a receita da empresa.
De acordo com o BBI, a quantidade de beneficiários deve passar de 540 mil em 2023 para 900 mil pessoas até o fim do próximo ano, impulsionando os ganhos da empresa, que detém apenas 1,2% do número total de beneficiários no país.
A adição deve trazer uma importante alavancagem operacional, com diluição de custos e aumento de margens. As projeções do BBI apontam para uma alta do lucro em 25,8% para R$ 447 milhões em 2025 – 11% acima do consenso da Bloomberg –, com retorno sobre o patrimônio (ROE) em torno de 30,6%.
“Com essa expansão, observamos um efeito de diluição no índice de sinistralidade (MLR), enquanto os prêmios ganhos devem crescer 37% em 2025. Prevemos um MLR de 77,3% para 2024 (versus a orientação da empresa de 77-82%), subindo para 77,7% em 2025 e 78% em 2026”, afirmam os analistas.
Por fim, a vertical da Porto Seguro que engloba os seguros de automóveis, principal área de atuação da empresa, deve apresentar resiliência em 2025, diz o banco – na contramão do mercado, que prevê nova contração do lucro da vertical no próximo ano.
De acordo com o BBI, um fator importante para calcular o aumento de sinistros é a inflação de veículos. No momento, essa inflação está próxima da média histórica, o que significa que o custo da Porto não deve subir muito. A previsão do banco é de um crescimento modesto nos prêmios da área em 2025.
Nas contas do banco, a Porto está sendo negociada a 8,2x o P/L esperado para os próximos 12 meses, 18% abaixo da média histórica.
Hoje, o Goldman Sachs também iniciou a cobertura de Porto Seguro, com recomendação de "compra" e preço-alvo de R$ 43.
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Rebecca Crepaldi
Repórter de finançasJornalista formada pela Unesp, mestranda em Jornalismo Científico na Unicamp e especializada em Jornalismo Econômico pela FGV. Tem mais de 5 anos de experiência em redação com passagens pelo G1 e Estadão.