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Meta entrega resultado espetacular e começa a distribuir dividendos

Lucro da dona do Facebook, Instagram e WhatsApp subiu 201% na comparação anual; ações disparam no after hours

 (Agence France-Presse/AFP)
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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 19:56.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 21:26.

Os resultados do quarto trimestre da Meta provocaram um furor entre investidores. As ações sobem 12% no after hours, depois de a empresa reportar lucro de US$ 14 bilhões no quarto trimestre, 201% mais do que no mesmo período do ano anterior. Em perspectiva, a expectativa de analistas era de um lucro por ação de US$ 4,82 e a empresa entregou US$ 5,33.

Para coroar tudo isso, pela primeira vez desde o IPO, a empresa vai distribuir dividendos trimestrais de US$ 0,50 por ação. O pagamento está "sujeito a condições de mercado e à aprovação dos diretores da companhia", de acordo com o documento enviado à SEC nesta quinta-feira. Ainda numa iniciativa de aumento de retorno do capital, a Meta anunciou um programa de recompra de ações de US$ 50 bilhões.

Operacionalmente, esse é o quarto trimestre consecutivo de crescimento de receita, mesmo em meio aos desafios regulatórios enfrentados pela companhia, c0mo preocupações sobre a segurança de crianças na internet. No período, a primeira linha do balanço totalizou US$ 40 bilhões, aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. É o maior crescimento ano a ano de receita em mais de dois anos.

Esse gás vem principalmente a partir de novas descobertas em inteligência artificial, que melhoraram a capacidade de alcance dos anúncios exibidos pela plataforma: as ad impressions aumentaram 21% na comparação anual. O feito é memorável principalmente diante das restrições de privacidade impostas pela Apple desde 2021.

A empresa fundada por Steve Jobs dificultou a entrega personalizada de anúncios de redes sociais ao possibilitar aos usuários um controle mais rígido sobre os dados que são compartilhados com os aplicativos. Principalmente por causa disso, em 2022, a Meta teve um impacto negativo de US$ 10 bilhões em receita. A unidade de negócios de propaganda corresponde a 96,5% da receita da dona do Facebook, do Instagram e do Whatsapp.

No período, a Meta também aumentou o número de usuários plugados em suas plataformas. No Facebook, a base de usuários ativos diariamente atingiu 2,1 bilhões de pessoas, aumento em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando o número era de 2,09 bilhões -- mostrando que a rede social está longe de morrer, ainda que tenha sua popularidade reduzida no Brasil na base de usuários mais jovens.

Somando todas as plataformas -- como WhatsApp e Instagram -- são 3,19 bilhões de pessoas plugadas à Meta hoje, ante 3,14 bilhões no terceiro trimestre de 2023.

A companhia deu indícios de que o bom momento deve continuar. O guidance para o primeiro trimestre é de uma receita de US$ 34,5 bilhões a US$ 37 bilhões, ante as estimativas de analistas de US$ 33,6 bilhões.

Os resultados vêm em um momento importante para a Meta, com o CEO, Mark Zuckerberg, no centro das atenções da Justiça americana. Nesta quarta-feira, Zuckerberg se desculpou com as famílias de vítimas de crimes on-line durante uma sessão do Congresso. A senadora Lindsey Graham convocou Zuck e outros executivos de grandes empresas de tecnologia para discutir "Big Techs e a crise de exploração sexual de crianças online".

"Ninguém deveria passar pelo que essas famílias passaram. E é por isso que investimos tanto e vamos continuar fazendo esforços para nos assegurar que ninguém mais passe por esse tipo de situação", afirmou o CEO da Meta.

Os recordes da Meta coroam uma temporada de balanços otimista para as big techs. A Apple registrou aumento de vendas depois de uma série de quedas consecutivas (também acima das expectativas de analistas). Nos últimos três meses do ano, a fabricante do iPhone teve receita de US$ 120 bilhões, aumento de 2,1% na comparação anual. As vendas de iPhones aumentaram 6% ante o mesmo período de 2022, um dos principais fatores por impulsionar o ganho de receita da companhia, que se estendeu até o lucro.

A Microsoft é outro nome que se destacou nessa temporada: a dona do Windows teve o maior crescimento de lucro em mais de dois anos. A Alphabet, dona do Google, marcou o quarto trimestre seguido de aumento de vendas, mas os resultados ficaram abaixo das expectativas de analistas.

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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.

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