Goldman Sachs vê Bradesco no "caminho certo" para rentabilidade e passa a recomendar compra
Números do segundo trimestre mostram melhora gradual de lucro e ROE e potencial para ganho de mercado com PMEs, dizem analistas
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 19 de agosto de 2024 às 13:14.
Última atualização em 19 de agosto de 2024 às 15:58.
Pouco a pouco os números do Bradesco estão ficando mais animadores. O suficiente para o time do Goldman Sachs rever sua tese e passar a recomendar a compra da ação.
Os números do segundo trimestre vieram como fôlego adicional para a melhora da operação do banco. No período, o lucro líquido recorrente somou R$ 4,71 bilhões, um aumento de 4,4% na comparação anual e de 12% frente ao primeiro trimestre.
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Para eles os analistas do banco, além das provisões menores, o Bradesco deve se beneficiar da força de sua operação para pequenos e médios empresários, um segmento menos competitivo e no qual o banco é historicamente forte.
“O crescimento dos empréstimos pode se beneficiar de um foco renovado em empréstimos para PMEs, onde o banco ainda tem espaço para ganhar participação de mercado”, diz o relatório.
Agora, avalia o Goldman, o banco está no caminho certo para entregar um ROE pelo menos alinhado ao seu custo de capital nos próximos trimestres.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE), que indica a capacidade do banco de rentabilizar seu capital, chegou a 10,8%, 0,6 ponto percentual acima de um ano antes. A equipe do Goldman acredita que O ROE do Bradesco em 2024 chegue a 11,9%, 14,8% em 2025 e 15,7% em 2026.
Esse “caminho certo” se deve à aceleração do crescimento dos empréstimos, à expansão da margem líquida financeira e à melhoria de qualidade dos ativos.
A possibilidade do ROE se aproximar dos 15% na segunda metade de 2025 justificaria, afirmam os analistas, uma reavaliação contínua das ações para pelo menos o valor patrimonial.
Assim, o banco de investimento americano não só deu upgrade de neutro para compra, como elevou o preço-alvo do papel, que passou de R$ 14 para R$ 17,5, num potencial de valorização de 16% sobre o preço do último fechamento, na sexta-feira, 16.
Para o novo preço-alvo também foi considerada a percepção dos analistas de que, apesar da alta de 17% no último mês, a ação está negociando descontada. Mesmo com esse avanço, a ação teve um desempenho inferior em relação aos seus pares bancários brasileiros no acumulado do ano e é negociada abaixo do valor patrimonial.
O Bradesco tem valor de mercado de R$ 157 bilhões. Com a recomendação de compra do Goldman, a ação subia mais de 4% perto do meio-dia.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado