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Cteep dispara com possível acordo em processo de R$ 2,4 bi; a causa é puro suco de Brasil

Transmissora de energia, de capital privado, contesta os R$ 200 milhões que gasta por ano para pagar parte da aposentadoria de empregados da antiga Cesp -- que entraram na empresa antes de 1973

ISA Cteep: até hoje, a empresa paga parte da pensão de aposentados que entraram na empresa antes de 1973 (ISA Cteep/Divulgação)
ISA Cteep: até hoje, a empresa paga parte da pensão de aposentados que entraram na empresa antes de 1973 (ISA Cteep/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 15:33.

Última atualização em 10 de outubro de 2024 às 19:02.

As ações da ISA Cteep — normalmente previsíveis e pouco voláteis — subiram mais de 5% e lideraram as altas do Ibovespa, após o anúncio de que a companhia está tentando uma conciliação com a Fazenda de São Paulo em um processo pelo qual tem ao menos R$ 2,4 bilhões a receber.

É mais de 10% do valor de mercado da transmissora de energia, que valia R$ 18 bi ao fim do último pregão.

Investidores estão debruçados, tentando entender as reais chances de acordo e em que termos.

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Mas fato é que o comunicado colocou no radar a possibilidade de recebimento de ao menos parte do valor. Com um processo com a possibilidade de um longo caminho até o STF, ninguém colocava um centavo na conta.

A causa é o mais puro suco de Brasil. Até hoje, a Cteep paga parte da pensão de aposentados que entraram na empresa antes de 1973 (na época, ainda como antiga Cesp, estatal ). É uma conta de R$ 200 milhões ao ano, nas contas do Itaú BBA.

A empresa entende que se trata de uma obrigação da Fazenda estadual, e vem questionando a obrigação em diversas ações na Justiça, que já tinham chegado à segunda instância, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Todos os pagamentos constam no “contas a receber” do balanço da Cteep, que somava os R$ 2,4 bi ao fim do segundo trimestre. (Não está claro se o valor teve correção monetária — ou seja, pode ser maior.)

Caso feche um acordo com desconto, haveria um impacto contábil negativo no balanço, mas uma boa entrada de caixa. A empresa também estaria livre das despesas.

A investidores, a empresa sinalizou que a tentativa de conciliação partiu de ambas as partes, mas ainda está em estágios iniciais.

De acordo com o comunicado ao mercado, a ação que corria no STJ fica suspensa por 180 dias. Caso não haja acordo, o processo volta a correr.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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