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Com queda nas ações, Natura&Co e Renner podem parar no Índice de Small Caps

Empresas que já foram destaques de capitalização no varejo despencaram depois da divulgação dos resultados do quarto trimestre

Lojas Renner: Papéis caíram 14% depois da divulgação da resultados, em fevereiro, e não se recuperaram desde então (Vini Dalla Rosa/Divulgação)
Lojas Renner: Papéis caíram 14% depois da divulgação da resultados, em fevereiro, e não se recuperaram desde então (Vini Dalla Rosa/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 24 de março de 2025 às 16:29.

Última atualização em 24 de março de 2025 às 17:35.

Sintoma dos tempos e dos valuations depreciados em relação à média histórica na Bolsa brasileira: duas das empresas tradicionalmente com maior capitalização de mercado no varejo brasileiro podem passar a integrar o Índice de Small Caps (SMLL) – que reúne justamente as empresas de menor valor de mercado.

Análise do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) mostra que os papéis da Natura&Co (NTCO3) e das Lojas Renner (LREN3) podem entrar no próximo rebalanceamento do índice, previsto para vigorar a partir de 5 de maio.

Antes, as empresas não eram elegíveis porque estavam entre as companhias que, juntas, representavam 85% do valor de mercado de todas as companhias listadas – um dos critérios de exclusão do índice.

“Com as ações da Natura em baixa de 25% neste ano, esse não é mais o caso e agora uma possibilidade que o papel entre no índice no próximo rebalanceamento se o critério for atendido até lá”, escreveu a equipe de estratégia do banco, liderada por Carlos Sequeira.

Ainda que as ações da Renner estejam praticamente de lado no ano, o papel também deve entrar pela mesma razão, aponta o banco. (Em um ano, as ações da varejista de moda caem 13,5%, com tombo de 27% em seis meses.)

Ambas as empresas estão com valor de mercado de R$ 13 bilhões – e ambas frustraram o mercado com os resultados do quarto trimestre.

A Renner derreteu 14% no pregão após a divulgação do balanço consolidado de 2024, em 21 de fevereiro, principalmente por conta de um desempenho pior que o esperado nas margens brutas, além de questionamentos sobre as despesas operacionais – além de uma polêmica em relação ao bônus pago aos diretores.

Desde então, as ações subiram 4%, mas estão longe de recuperar o patamar anterior.

Também por conta de uma grande surpresa negativa com as margens, a Natura&Co caiu 30% em apenas um pregão há pouco mais de uma semana. Apesar do tombo, os analistas do sellside ainda não veem ponto de entrada – o JP Morgan chegou, inclusive, a rebaixar os papéis para ‘neutro’ depois do resultado.

Segundo o BTG, a Natura está mais perto do critério de corte e pode voltar ao ranking das empresas que respondem por 85% do valor de mercado das companhias listadas. “Se as ações se recuperarem bem até o rebalanceamento, o papel pode não entrar no índice de small caps”, aponta.

O fato de uma empresa estar no SMLL não significa que ela também não pode estar no Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, porque os critérios são diferentes.

Para entrar no SMLL, uma empresa precisa cumprir quatro critérios:

  • estar fora do grupo que representa 85% da capitalização total da bolsa;
  • ser parte do grupo de ações cujo índice de negociabilidade representa 99% do negociabilidade total da Bolsa, durante a vigência das três últimas carteiras;
  • ter negociado em pelo menos 85% de todas as sessões de negociação durante a vigência das três últimas carteiras.
  • não ser uma penny stock (ou seja, a ação deve negociar acima de R$ 1)
Para quem decide. Por quem decide.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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