Com novo centro de distribuição, Shopee avança na entrega no Brasil
Empresa terá seu primeiro hub de 'fulfillment' na região metropolitana de São Paulo, avançando num tabuleiro em que tempo de entrega é parte crucial do jogo
Daniel Giussani
Repórter de Negócios
Publicado em 30 de setembro de 2024 às 05:00.
Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 15:16.
No tabuleiro pelo topo do e-commerce no Brasil, a asiática Shopee acaba de avançar uma casa. A plataforma marketplace anuncia nesta segunda-feira, 30, o seu primeiro centro de distribuição fulfillment no país, na região metropolitana de São Paulo.
Nesta modalidade, os produtos de vendedores brasileiros ficam armazenados no espaço da Shopee até serem vendidos.
É como se a empresa disponibilizasse seus armazéns logísticos para os vendedores, reduzindo uma etapa do processo: o do envio do produto do centro logístico da indústria para o centro de distribuição da varejista.
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O objetivo, no final das contas, é permitir entregas mais rápidas. Na última semana, inclusive, a empresa asiática anunciou que começaria a fazer entregas em menos de um dia na região metropolitana de São Paulo.
Num período de juros altos e restrição no poder de compra do consumidor, varejistas que trabalham no e-commerce buscam maneiras de chamar a atenção do cliente e garantir a preferência na hora do “último clique”.
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A estratégia mais tradicional é a da precificação e do desconto - que agora vai além das datas tradicionais, como Black Friday e Natal, e ganha novas faces com eventos específicos de promoções em companhias como Amazon (Prime Day e App Day) e a própria Shopee (com as datas duplas). Mas a entrega rápida vem logo na sequência e também é destacada como crucial para negócios como Mercado Livre e as brasileiras Magazine Luiza e Casas Bahia.
Não à toa, todas elas já contam com sistemas logísticos fulfillment.
Como será o fulfillment da Shopee
A implementação inicial do centro de fulfillment vai atender vendedores brasileiros focados em itens eletrônicos, eletrodomésticos e produtos de consumo e estilo de vida.
Para os lojistas, o processo de vendas será simplificado, com a Shopee assumindo os processos de armazenagem, embalagem e envio dos produtos, permitindo que se concentrem no crescimento de seus negócios. Já para os usuários, o tempo de entrega será reduzido.
“A expectativa é que a eficiência logística e o suporte oferecido por nossos processos automatizados contribuam para que o negócio ganhe ainda mais agilidade e resulte em um aumento expressivo nas vendas desses lojistas”, diz Felipe Lima, head de Desenvolvimento de Negócios da Shopee.
A empresa conta ainda com 11 centros de distribuição no modelo cross-docking, no qual as mercadorias coletadas via parceiros logísticos são reorganizadas e direcionadas aos hubs de última milha, para serem entregues ao consumidor final.
São quatro unidades em São Paulo e outras no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Pernambuco, Goiás e Rio Grande do Sul.
A Shopee possui ainda 150 hubs logísticos, divididos entre a primeira milha — responsável pela coleta das mercadorias — e a última milha — responsável pela entrega dos produtos.
Atualmente, a empresa conta com cerca de 15.000 funcionários no país e dois escritórios na cidade de São Paulo. Na plataforma, são mais de 3 milhões de vendedores brasileiros, que hoje são responsáveis por 90% das vendas.
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Daniel Giussani
Repórter de NegóciosFormado em jornalismo pela UFRGS, escreve sobre negócios e empresas desde 2019. Foi repórter em coluna de economia no jornal Zero Hora e na Rádio Gaúcha. Está na Exame desde 2023