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A Marfrig dobrou de valor em um ano. Para o Goldman, é só o começo

Banco inicia cobertura ‘compra’ e vê valor muito além da BRF; ações sobem 5%

Marfrig: Nos Estados Unidos, há evidências de que os ranchos começaram a reconstruir o rebanho (Imagem gerada por Inteligência Artificial/ Adobe Firefly/Exame)
Marfrig: Nos Estados Unidos, há evidências de que os ranchos começaram a reconstruir o rebanho (Imagem gerada por Inteligência Artificial/ Adobe Firefly/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 18 de outubro de 2024 às 15:44.

Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 16:12.

As ações da Marfrig acumulam alta de 40% neste ano e mais que dobraram nos últimos doze meses – mas o avanço foi impulsionado essencialmente pela sua participação na BRF, que valorizou 83% no mesmo período.

Na avaliação do Goldman Sachs, há espaço para mais: a Marfrig está negociada a 46% do valor líquido de seus ativos. Para o banco, excluindo a dona da Sadia e da Perdigão, a Marfrig está negociada a 4,3x o EBITDA para os próximos 12 meses, atrás até mesmo de múltiplos de empresas de commodities puras.

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“Em nossa opinião, a magnitude desse desconto é injustificada, pois penaliza excessivamente tanto as operações na América do Norte quanto na América do Sul”, escreveram os analistas Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann.

O Goldman iniciou a cobertura com compra, a um preço-alvo de R$ 18,10, prêmio de 31,8% sobre o último fechamento. O upgrade colocou o papel entre as maiores altas do Ibovespa no pregão desta sexta-feira, com alta de quase 5%.

A estimativa é que a venda de ativos no Brasil, Chile, Argentina e Uruguai para a Minerva deve reduzir a alavancagem da Marfrig para 2,5x, com melhora do lado operacional ajudando a levar a relação entre dívida líquida e Ebitda chegando a 2x já ao fim deste ano.

A Marfrig encerrou o segundo trimestre com uma alavancagem reportada de 3,4x, um nível ligeiramente acima da zona de conforto de 3,0x, na qual os operadores de proteína do Brasil historicamente operam.
Segundo eles, as preocupações em torno do mercado de carne bovina nos Estados Unidos têm penalizado a ação – mas o pior já está ficando para trás.

Há evidências de que os ranchos começaram a reconstruir o rebanho, e dados recentes sugerem que o movimento se intensificou desde julho de 2024.

“Nossa análise de quedas cíclicas anteriores no setor de carne bovina dos Estados Unidos, desde 1965 sugere que a National Beef pode registrar EBITDA positivo e fluxo de caixa livre, continuando a distribuir dividendos em 2025 e 2026”, disseram os analistas.

Enquanto isso, no mercado brasileiro a expectativa é de que a operação continue se beneficiando de uma boa disponibilidade de animais e de um poder de precificação decente.

A recente otimização do portfólio aumentou a penetração de produtos de marca e de valor agregado no portfólio doméstico da Marfrig para 40% a 50%.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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