De acordo com a pesquisa, 23,7% afirma que a transformação digital se tornou prioridade máxima na empresa (MoMo Productions/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 07h01.
Além do impacto em outras esferas sociais, a pandemia do novo coronavírus afetou diretamente a forma de trabalhar. De acordo com pesquisa do CESAR, um dos maiores centros de inovação do país, 23,7% das empresas respondentes concordam que a transformação digital se tornou prioridade máxima no planejamento estratégico, representando um aumento de 7,3 pontos percentuais em relação a 2019.
Empresas, independentemente do porte de seus negócios, tiveram que se adaptar rapidamente a um novo cenário focado em tecnologia e constante inovação. A pesquisa “Índice CESAR de Transformação Digital” (ICTd) avalia a maturidade digital das organizações após quase um ano de isolamento social.
“Pensando nas empresas que já haviam começado ou tinham planos para iniciar sua jornada de transformação digital, decidimos investigar o que a pandemia acelerou e o que foi deixado de lado”, diz Eduardo Peixoto, Chief Design Officer do CESAR.
Nele, foram analisadas 844 respostas de 418 empresas de diversos setores, com maior representatividade os setores de serviços (15%), consultoria (12%), financeiro (10%) e tecnologia (8%). Já em relação aos cargos dos participantes, mais de 60% deles ocupam cargos de diretoria, c-level, gerência ou coordenação.
Em comparação com 2019, houve um aumento de 9 pontos percentuais na participação de micro e pequenas empresas, chegando a 46%. Já as de médio porte tiveram uma queda considerável, indo de 31% para 25%.
Oito aspectos foram considerados para definir a metodologia de transformação digital: Cultura & Pessoas, Consumidores, Concorrentes, Inovação, Processos, Modelo de Negócios, Dados & Ambiente Regulatório e Tecnologias Habilitadoras.
Para Peixoto, migrar para o digital não se trata apenas de mudanças na oferta, já que organizações inteiras estão sendo completamente reescritas para continuar sendo relevantes. “Para entender o nível de maturidade digital de uma empresa, é necessário avaliar de forma ampla os impactos da transformação, olhando para dentro e fora da organização”, diz.
Cerca de 50% dos participantes afirmam que seu negócio foi impactado pela pandemia e que foi preciso reinventar para sobreviver. Dos que responderam, 72,79% acreditam que a aceleração do processo de transformação digital os tornaram mais propensos a investir em inovação.
De acordo com a pesquisa, 23,7% dos respondentes concordam que a transformação digital se tornou prioridade máxima no planejamento estratégico da empresa, representando um aumento de 7,3 pontos percentuais em relação a 2019.
Houve também uma redução no número de empresas que não veem o tema como uma prioridade, caindo de 16,9% em 2019 para 12,32% em 2020. “O resultado demonstra a conscientização das organizações em relação à importância e urgência do tema”, afirma Peixoto.
Ao se autoavaliar a respeito do processo de transformação digital, as empresas que se viam longe ou muito longe da maturidade digital representavam 56,43% dos participantes em 2019. Em 2020, o número caiu para 48,23%.
Já 34,36% das empresas responderam que se consideravam perto ou muito perto da maturidade digital em 2019. Um ano depois, o número saltou para 42,77%. Quem não conseguiu autoavaliar seu processo representa 9% dos votos, tanto em 2019 quanto 2020.
O estudo completo pode ser acessado aqui.