Faculdade Exame

Liderança situacional: o que é e como aplicá-la em sua equipe

Veja o que é essa habilidade que está sendo cada vez mais procurada em líderes modernos

 (Charday Penn/Getty Images)

(Charday Penn/Getty Images)

Thiago Tossi
Thiago Tossi

Professor da Faculdade Exame

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 14h44.

Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 14h45.

Tudo sobreFaculdade EXAME
Saiba mais

No atual cenário corporativo, abordagens rígidas de liderança são insuficientes para atender às diversas demandas das organizações.

A liderança situacional surge como uma solução, permitindo que líderes ajustem seu estilo de acordo com as necessidades específicas de suas equipes e os desafios enfrentados.

Mas você, leitor pode se perguntar: eu não sou líder e não ocupo uma posição hierárquica de liderança na empresa que trabalho. Este artigo é para mim? E a resposta é: Sim!

Ser líder não é necessariamente um cargo, mas sim um comportamento.

O que é liderança situacional?

Desenvolvido por Paul Hersey e Ken Blanchard na década de 70, o conceito se baseia no fato de que um líder precisa ser capaz de adaptar seu comportamento ao nível de maturidade e competência dos liderados, bem como às circunstâncias e objetivos do momento.

Logo, flexibilidade é o ponto central para maximizar o desempenho de uma equipe e assim poder alcançar resultados desejados.

Quando falamos em maturidade de uma equipe, temos dois pilares:

  • Laboral: características técnicas, conhecimento sobre o negócio, habilidades, competências dos funcionários para desempenharem suas respectivas funções;
  • Comportamental: nível de engajamento, comprometimento, responsabilidade e colaboração. Funcionários com alto nível de maturidade comportamental também precisam admitir a seus erros.

Perceba, então, que não olhamos só para a maturidade técnica, mas entramos em uma segunda frente: as chamadas soft skills.

Como a liderança situacional funciona na prática

O modelo de liderança situacional divide o comportamento do líder em dois aspectos principais: direção e apoio.

A combinação desses elementos resulta em quatro estilos distintos de liderança, que devem ser aplicados de acordo com o nível de prontidão e competência da equipe ou do colaborador individual.

  1. Dirigir (E1): neste estilo, o líder fornece instruções claras e detalhadas, monitorando de perto o desempenho do colaborador, que, por sua vez, não possui maturidade técnica para desempenar a função apesar do alto grau de motivação;
  2. Orientar (E2): quando o colaborador demonstra algum nível de habilidade, mas ainda requer supervisão e orientação, o líder adota um estilo que combina direcionamento com apoio motivacional. Aqui o líder dá feedback constante, encorajando o desenvolvimento das competências da equipe;
  3. Apoiar (E3): quando a equipe tem habilidades técnicas necessárias, mas pode ainda carecer de confiança ou motivação para executar plenamente suas funções, a melhor abordagem da liderança é reduzir o nível de direção, porém focar mais no apoio emocional e motivacional;
  4. Delegar (E4): quando o colaborador ou equipe já atingiu um nível elevado de maturidade, com alta competência e compromisso, o líder pode delegar responsabilidades, dando mais autonomia para que os colaboradores tomem decisões e executem tarefas de forma independente. A intervenção do líder se torna mínima, focando mais na visão estratégica e em resultados de longo prazo.

Organismo dinâmico

A liderança situacional é orgânica, pois requer um acompanhamento contínuo do desenvolvimento dos colaboradores. O líder deve identificar o estágio que cada membro da equipe está e ajustar seu estilo conforme as circunstâncias mudam.

Um colaborador pode estar em um nível elevado de competência em uma determinada tarefa, mas pode estar menos preparado em outra, exigindo que o líder altere sua abordagem com base em diferentes contextos.

Como você deve ter percebido, a capacidade de leitura de equipe e de contexto aliado à adaptabilidade são as principais competências de uma liderança situacional.

Benefícios para a organização

Podemos destacar alguns benefícios como:

  • Melhora no engajamento e na motivação já que colaboradores que recebem o suporte adequado tendem a se sentir mais valorizados e confiantes em suas capacidades;
  • Líderes que desenvolvem uma visão mais abrangente das forças e fraquezas de sua equipe;
  • Planejamento de carreira e desenvolvimento mais eficaz dos colaboradores, pois a liderança trabalha caso a caso e de forma personalizada;
  • Ambiente de trabalho mais ágil e resiliente, capaz de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado;
  • Ambiente de trabalho mais dinâmico, flexível, inclusivo e apto a se ajustar rapidamente às transformações do mercado.

Como consequência, os resultados aparecem. Compreender e aplicar esse modelo de liderança pode ser o diferencial entre uma equipe que apenas cumpre tarefas e uma que atinge a excelência em um cenário corporativo cada vez mais desafiador.

Acompanhe tudo sobre:Faculdade EXAME

Mais de Faculdade Exame

O que são aquisições hostis e o que elas significam para o mercado?

Veja o que é core business e como encontrar o seu

Como implementar IA em seu negócio em cinco passos

Liderança humanizada: o que é e quais são as melhores práticas