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Faculdade EXAME
Publicado em 29 de agosto de 2024 às 17h09.
Com o avanço da tecnologia, a dúvida sobre o futuro do trabalho torna-se cada vez mais latente. Sabemos que com a evolução da inteligência artificial, por exemplo, algumas ocupações podem ser extintas e outras criadas, no entanto existem singularidades que nenhuma máquina pode substituir: a inteligência emocional do ser humano.
Neste sentido, o mercado de trabalho começa a demandar habilidades que vão além das técnicas e se volta para o desenvolvimento de competências comportamentais, as chamadas soft skills.
A afirmação de Peter Drucker de que “as pessoas são contratadas por suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos” representa a atual realidade das empresas. É nesse ponto que começamos a entender a inteligência emocional como uma habilidade importante para uma carreira de sucesso e uma vida equilibrada.
Medo, felicidade, raiva, estresse, ansiedade, euforia, entre outras sensações são sentimentos inerentes ao ser humano. Não existe nenhum problema em sentí-las, a questão é como os indivíduos lidam e reagem a elas.
A psicologia descreve a inteligência emocional como a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Ou seja, uma pessoa emocionalmente inteligente é capaz de compreender e controlar as próprias emoções assim como também é sensível aos sentimentos alheios. Mas porquê é necessário se importar tanto com os sentimentos no ambiente corporativo?
Sentimentos são contagiosos, para o bem e para o mal. Quando reconhecemos nossas emoções e sentimentos, somos capazes de adequá-los a diferentes situações.
Coloque-se na seguinte situação: você se preparou para uma apresentação muito importante para o CEO da empresa que trabalha. Você já revisou todos os pontos, está certo sobre os argumentos que serão abordados e está superconfiante de que o projeto será aprovado.
Antes da apresentação, alguns assuntos sobre o projeto são levantados em uma conversa com outros colegas de trabalho e te deixa inseguro.
Diante deste cenário, existem dois caminhos: deixar a insegurança dominar ou contornar essa situação, analisando, entendendo e gerindo os sentimentos existentes.
Se você segue pelo primeiro caminho, as chances de tudo dar errado são grandes. Porém, se você tem a habilidade de inteligência emocional bem desenvolvida, o fim dessa história pode ser de sucesso.
Sendo assim, se você deseja ir mais longe e mais alto em sua carreira, desenvolver e aplicar essa ferramenta na rotina de trabalho pode acelerar o processo de crescimento.
Pessoas emocionalmente inteligentes geram melhores resultados para uma organização. Vista pelas lentes da filosofia Ikigai, inteligência emocional é a competência responsável por boa parte do sucesso e da capacidade de liderança de um ser humano.
E na prática, como aprender a ser emocionalmente mais inteligente?
A única maneira para desenvolver inteligência emocional é fazendo, sendo, vivendo. O pesquisador Daniel Goleman, responsável por popularizar o termo inteligência emocional, em seu livro homônimo mostra que para conseguir ter inteligência emocional no trabalho ou em qualquer âmbito, é preciso obter algumas competências. Confira quais são.
Autoconsciência: reconhecimento das próprias emoções e sentimentos. Esteja ciente de como você se sente em diferentes situações e como suas emoções afetam seu comportamento.
Autorregulação: desenvolvimento do controle emocional, aprendendo a gerenciar suas emoções de maneira saudável. Isso envolve evitar reações impulsivas e explosões emocionais.
Motivação: definição de metas claras e manter-se motivado para alcançá-las. A motivação intrínseca, ou seja, o impulso interno, é um aspecto fundamental da inteligência emocional.
Empatia: busca por entender os sentimentos e perspectivas dos outros. Isso envolve ouvir ativamente e demonstrar interesse genuíno em compreender as outras pessoas.
Habilidades sociais: aprimoramento das habilidades de comunicação, incluindo a capacidade de se expressar de forma clara e eficaz.
O desenvolvimento da inteligência emocional é um processo contínuo que exige esforço e autodisciplina, mas pode levar a uma melhoria significativa nas relações interpessoais e no sucesso no trabalho.