O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko: "os progressos são concretos, mas moderados, em matéria de gás" (Thierry Charlier/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2014 às 12h19.
Kiev - Ucrânia e Rússia acertaram os parâmetros básicos para um novo contrato de gás, anunciou nesta sexta-feira o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, após a reunião em Milão (Itália) com seu colega russo, Vladimir Putin.
Poroshenko informou que nas próximas horas prosseguirão as consultas sobre a busca de fontes de financiamento do contrato de importação do gás russo, relatou a imprensa ucraniana.
"Os progressos são concretos, mas moderados, em matéria de gás", disse o presidente ucraniano sobre o assunto que Kiev e Moscou enfrentam há vários meses.
A véspera, durante uma visita a Belgrado, a capital da Sérvia, Vladimir Putin advertiu sobre a redução da provisão de gás natural para a Europa, caso a Ucrânia desvie o fluxo para seu consumo interno nos gasodutos de passagem por seu território.
A Rússia já cortou o fluxo de gás para a Ucrânia em 16 de junho, após a disputa com Kiev sobre uma dívida acumulada pelas provisões desse combustível que, segundo Moscou, já supera os US$ 5 bilhões.
Durante alguns meses de inverno de 2006, 2008 e 2009 aconteceram as "guerras do gás" como são conhecidas, na qual as desavenças entre Moscou e Kiev pelo preço do produto desembocaram em cortes na provisão por parte da Rússia.
"Acredito que chegaremos a um acordo e poremos o ponto final a essa questão", disse o chefe do Kremlin.
Em 26 de setembro, Moscou e Kiev selaram um pacto em Bruxelas, capital da Bélgica, que obriga a Ucrânia a pagar antes do fim deste ano US$ 3,1 bilhões à Rússia por consumos prévios. As partes também se comprometeram a esperar a sentença do Tribunal de Arbitragem de Estocolmo para resolver o caso do preço.
Esta semana o ministro da Energia russo, Aleksandr Novak, baixou de US$ 2 bilhões para US$ 1,454 bilhão o valor que Kiev deve pagar em uma primeira transferência para que Moscou retome as provisões.
Em resposta, Kiev propôs prorrogar até março de 2015 o prazo de pagamento dos US$ 3,1 bilhões e reduzir de 5 bilhões a 4 bilhões os metros cúbicos de gás que importará da Rússia durante o inverno, disse Novak.