Espionagem: Uma "nota secreta da chancelaria sugere que o Spiegel foi monitorado pela inteligência americana em 2011", escreveu o semanário (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2015 às 16h05.
A revista alemã Der Spiegel anunciou nesta sexta-feira ter apresentado uma queixa na justiça, alegando ter sido espionada pela inteligência dos Estados Unidos em 2011.
A queixa foi apresentada junto ao Ministério Público Federal de Karlsruhe (sudoeste), por espionagem e "atentado ao sigilo da correspondência", indica em seu site a maior revista informativa da Alemanha, conhecida por suas investigações.
Uma "nota secreta da chancelaria sugere que o Spiegel foi monitorado pela inteligência americana em 2011", escreveu o semanário.
Segundo a revista, a CIA teria alertado o coordenador dos serviços de inteligência na chancelaria, Günter Heiss, que o Der Spiegel tinha uma fonte dentro do governo alemão.
Os contatos entre esta fonte, um colaborador próximo de Heiss e a revista são "explicitamente mencionados em uma nota secreta da chancelaria", acrescenta Der Spiegel.
Pouco depois, o colaborador em questão foi transferido para um serviço auxiliar, sem que uma acusação fosse iniciada contra ele, diz a revista.
O governo alemão negou a questão ao órgão de supervisão parlamentar, justificando por razões orçamentais a transferência do funcionário, segundo Der Spiegel.
O caso está sendo analisado pela comissão parlamentar que investiga a espionagem da NSA, escreveu Der Spiegel, segundo o qual o governo alemão não tem feito nada para esclarecer o caso.
Na quinta-feira, o embaixador dos Estados Unidos na Alemanha foi convocado pelos serviços de Merkel após novas revelações do Wikileaks sobre a espionagem pela NSA de vários ministros alemães, revivendo um caso que envenenou as relações entre Berlim e Washington.