Rebeldes pró-Rússia: Fontes da Cruz Vermelha disseram à AFP que não sabem por quem os membros foram detidos (Marko Djurica/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2014 às 10h13.
Os membros da Cruz Vermelha detidos na sexta-feira em Donetsk, reduto dos ativistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, foram liberados, anunciou uma fonte da organização à AFP.
"Uma equipe da Cruz Vermelha local e um membro da Cruz Vermelha internacional foram detidos. Agora estão todos livres", disse a fonte, que informou que o integrante estrangeiro é suíço.
"Não sabemos por quem foram detidos", completou a mesma fonte.
Mais cedo, um porta-voz dos separatistas pró-Moscou em Donetsk havia afirmado que a equipe da Cruz Vermelha havia sido detida por suspeitas de espionagem.
A Cruz Vermelha reagiu lançando um apelo a todas as partes envolvidas na crise na Ucrânia para que respeitem a neutralidade dos trabalhadores humanitários.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) "é uma organização humanitária neutra, imparcial e independente", disse o chefe da delegação desta comissão na Ucrânia, Michel Masson, em um comunicado.
"Apelamos a todas as partes a respeitarem o emblema da Cruz Vermelha", acrescentou, enfatizando o fato de que a organização, com sede em Genebra, "depende da plena cooperação e compreensão de todos os envolvidos na desordem".
"Caso contrário, torna-se muito difícil para nós fazer o nosso trabalho, para responder adequadamente às necessidades das vítimas da violência", disse ele.
Oito voluntários e um membro do suíço do CICV permaneceram detidos por várias horas em Donetsk, por um grupo de homens armados. "Um dos voluntários foi espancado durante o incidente" e precisou ser levado a um hospital, indicou Cruz Vermelha em um comunicado.
Esta equipe da organização humanitária era responsável por avaliar as necessidades da população em Donetsk, informou à AFP o porta-voz do CICV para a Europa e Ásia Central, David Pierre Marquet.
"Esta é provavelmente a razão pela qual eles foram libertados tão rapidamente", acrescentou.
Segundo os separatistas de Donestk, o grupo foi detido sob acusação de espionagem durante "uma operação especial".
"Nós não os torturamos nem os agredimos. Simplesmente conversamos e os libertamos", explicaram três homens armados durante uma coletiva de imprensa.