Para os economista do BNP Paribas, é provável a vitória do "sim". "Assumindo que o plebiscito seja realizado, a probabilidade de resultado "sim" é de 75%", diz a instituição (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2015 às 15h02.
São Paulo - Duas pesquisas de opinião publicadas neste domingo sugerem que a maioria da população da Grécia é a favor de um acordo do país com seus credores internacionais. Os levantamentos foram feitos antes do anúncio do governo grego de realização de um plebiscito sobre o tema, que deverá acontecer no próximo domingo, dia 5 de julho.
A pesquisa conduzida pela Alco para o jornal Proto Thema mostrou que 57% dos entrevistados apoiam um acordo com os credores, enquanto 27% defendem uma ruptura com o sistema atual.
Já o levantamento feito pela Kapa para o To Vima apontou que 47,4% dos consultados gostariam de ver um entendimento entre as partes, 33% se disseram contra e 18,4% se mostraram indecisos.
"Essas pesquisas provavelmente subestimam a fatia dos que votam a favor do euro", observou o Rabobank em nota enviada a clientes.
Para os economista do BNP Paribas, é mais provável a vitória do "sim". "Assumindo que o plebiscito seja realizado, a probabilidade de resultado "sim" é de 75%", diz a instituição em relatório.
Neste caso, avalia o BNP Paribas, poderia haver uma mudança de governo e um eventual acordo com os credores, levando à liberação de recursos ao país. Já se o "não" vencer, comenta o banco, o atual impasse poderia se prolongar e as chances de a Grécia sair da zona do euro aumentariam.
"Mesmo a vitória do "sim" pode ser problemática, já que poderia levar a eleições gerais com a possibilidade de vitória do Syriza", pontua o BNP Paribas, que atualmente estima em 20% a probabilidade de a Grécia deixar a zona do euro. As chances de um acordo de última hora para se estender o programa de resgate ao país e evitar um plebiscito são baixas, na avaliação do banco, situando-se em 10%.
O Standard Bank também vê como mais provável que a Grécia deixe de pagar a dívida de 1,6 bilhão de euros junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence amanhã. Entretanto, a instituição ressalta que "o único caminho para a Grécia deixar a União Europeia é se ela mesma decidir faze-lo: isso não pode ser imposto".