Crise: Bolsa Lisboa foi a única a cair, por conta das ações da Portugal Telecom (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2014 às 16h06.
São Paulo - Os mercados de ações da Europa fecharam majoritariamente em alta, impulsionados pelas falas do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e pelo fortalecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos.
A exceção foi a Bolsa de Lisboa, pressionada pelas ações da Portugal Telecom em meio à crise no Grupo Espírito Santo (GES). O índice Stoxx 600 subiu 0,93% e terminou a 348,91 pontos.
O avanço das bolsas europeias foi sustentado por comentários de Draghi de que a instituição tem ferramentas adicionais, incluindo mecanismos não convencionais, para estimular a economia da zona do euro, caso haja necessidade.
O dirigente disse ainda que as taxas de juros do BCE vão continuar nos níveis atuais por um período prolongado e que o banco continua se preparando para iniciar um programa de compras de títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês).
Outro fator que influenciou na valorização na Europa foi a forte criação de postos de trabalho pela economia norte-americana em junho.
Os dados contidos no relatório de emprego dos EUA, conhecido como "payroll", levaram o índice Dow Jones a superar a marca de 17 mil pontos pela primeira vez na história, o que se refletiu nos mercados europeus.
Em junho, a economia dos EUA criou 288 mil empregos, em nova indicação de fortalecimento do mercado de trabalho.
A Bolsa de Lisboa foi a única entre as principais europeias a terminar em território negativo, diante dos problemas no Grupo Espírito Santo. O índice PSI 20 caiu 0,16% e fechou a 6.887,90 pontos.
Portugal Telecom recuou 7,29%. Mais cedo, a brasileira Oi, que está em processo de fusão com a PT, declarou em fato relevante que não foi informada sobre o investimento da empresa portuguesa na Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, e solicitou esclarecimentos adicionais. Os papéis do Banco Espírito Santo recuaram 3,87%.
O Espírito Santo Financial avançou 18,88%, após assegurar que não está sendo investigado pelas autoridades de Luxemburgo e afirmar que sua exposição à dívida do Grupo Espírito Santo subiu devido ao reembolso dos clientes que compraram papel do grupo, conforme o jornal português Económico.
O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 1,19%, a 10.029,43 pontos, pouco abaixo da máxima intraday de 10.032,28 pontos, impulsionado pelos dados dos EUA e pela decisão do BCE sobre juros.
"O fato de que investidores estão comprando conjuntos completos de ações de empresas industriais é um sinal típico de otimismo econômico", disse um operador.
As ações da E.ON fecharam em alta de 0,72%, depois que a empresa reduziu o endividamento em 1 bilhão de euros por recompra de bônus.
A K+S subiu 2,57%, maior alta dentro do Dax, após se dizer cautelosamente otimista sobre o primeiro semestre do ano.
Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 terminou com ganhos de 0,72%, a 6.865,21 pontos.
Em Madri, o Ibex 35 se valorizou 0,67%, para 11.090,00 pontos.
Em Paris, o CAC-40 subiu 1,02%, a 4.489,88 pontos.
De acordo com um operador, os comentários de Draghi não trouxeram novidades, mas investidores acolheram o contínuo tom "amigável ao mercado".
Ações de empresas financeiras subiram, com destaque para AXA (+3,18%) e Société Générale (+2,43%).
O índice FTSE Mib da Bolsa de Milão encerrou com alta de 0,95%, a 21.884,60 pontos.
Entre as maiores altas, Fiat subiu 3,01%, depois de revisar para baixo o prejuízo líquido no primeiro trimestre de 319 milhões de euros para 173 milhões de euros.
A Mediaset avançou 3,87%, impulsionada pela proximidade de um acordo de parceria estratégica com a Telefônica sobre a TV paga espanhola Digital Plus.
com informações da Dow Jones Newswires