François Hollande e Valérie Trierweiler em 2013: jornalista viveu no palácio presidencial por um ano e meio (Thibault Camus/Pool/Files/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2014 às 11h18.
Paris - A ex-companheira do presidente francês, François Hollande, escreveu um revelador livro de memórias dizendo que, meses após a separação pública do casal, ele estava tentando reconquistá-la com flores, jantares, convites e muitas mensagens de texto.
Valérie Trierweiler, uma jornalista da revista de celebridades Paris Match, viveu com Hollande no palácio presidencial por um ano e meio, até que uma revista de fofocas expôs o relacionamento secreto dele com a atriz Julie Gayet, de 42 anos, em janeiro.
Após o rompimento com o presidente, Valérie, de 49 anos, concedeu entrevistas e manteve uma coluna literária semanal. Mas seu livro de 320 páginas - escrito em segredo e que deve ser lançado na quinta-feira - descreve episódios ainda desconhecidos, incluindo como Hollande rasgou um saquinho com calmantes que estava nas mãos da jornalista quando ela tentou engolir diversos comprimidos durante sua separação, de acordo com trechos publicados pela Paris Match.
Valérie também escreve sobre seu próprio ciúme “incontrolável” em relação a Ségolène Royal, a ex-mulher de Hollande, com quem ele teve quatro filhos e que agora é ministra em seu governo.
Ela também fala de frieza e mesquinharias, e das tentativas do presidente de reconquistá-la após a separação, chegando a enviar até 29 mensagens de texto em um dia. “A notícia sobre Julie Gayet estava no noticiário da manhã”, diz um trecho do livro, intitulado "Merci pour ce Moment" (Obrigado por este Momento).
“Eu corri para o banheiro. Peguei essa sacola de plástico com os calmantes. François me segue. Ele tenta rasgar a sacola… Ele pega a sacola e rasga… Eu consigo juntar algumas delas. Eu quero dormir, eu não quero viver nas próximas horas." Ela foi brevemente hospitalizada à época. Olivier Royant, editor-chefe da Paris Match, disse à rede BFMTV que Hollande soube do livro apenas na terça-feira. O gabinete presidencial não fez comentários de imediato sobre o assunto.
Seus aliados se apressaram para conter qualquer potencial dano a Hollande, que é o presidente mais impopular da história da França no pós-guerra e está lutando para reavivar uma economia afetada pelo desemprego, atualmente em mais de 10 por cento, perto de níveis recordes.
O ministro da Agricultura, Stéphane Le Foll, um amigo de Hollande, disse que o país tinha assuntos mais importantes para tratar do que a vida privada do presidente. “Temos assuntos mais sérios”, disse ele ao iTele. “Não temos muito tempo, então não podemos ficar para trás.”
Mas, questionado se o cargo presidencial havia mudado Hollande, como Valérie afirma no livro, Le Foll acrescentou: “É verdade que o papel presidencial é um fardo, uma responsabilidade perante os franceses, o que tem um peso excepcional… tudo isso afeta um homem.”