Agência de Notícias
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 13h54.
Última atualização em 20 de janeiro de 2025 às 13h56.
O governo do México rechaçou a “medida unilateral” do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reimpor, após sua posse nesta segunda-feira, 20, o programa “Fique no México”, que obriga os solicitantes de asilo a ficarem ao sul da fronteira.
“A indicação que a presidente (Claudia Sheinbaum) nos deu é para enfatizar que essa é uma decisão unilateral que eles tomam, sim, eles podem fazer isso, (mas) nós não necessariamente compartilhamos isso, na verdade, nós não compartilhamos isso”, declarou o ministro das Relações Exteriores mexicano, Juan Ramón de la Fuente, em entrevista coletiva.
O novo presidente dos EUA dedicará suas primeiras ordens executivas para “fechar” a fronteira com o México com o envio de militares e restaurar o polêmico programa “Fique no México”, de acordo com o que sua equipe anunciou em declarações a jornalistas horas antes da posse de Trump.
Esse programa, conhecido como Protocolos de Proteção a Migrantes (MPP), entrou em vigor em janeiro de 2019 durante o primeiro mandato de Trump e continuou nos primeiros meses do governo de Joe Biden, até ser eliminado em agosto de 2022.
De la Fuente afirmou que “o MPP não implica obrigações para o México, como tal”, embora “alguns acordos possam ser alcançados”.
“Mas são mecanismos que exigirão, é claro, que primeiro esperemos para ver se, de fato, eles o executam, como foi anunciado, e então veremos como nos ajustamos para operá-lo da melhor maneira possível”, comentou.
O chanceler defendeu a estratégia migratória do México, citando uma queda de 78% nas detenções diárias de migrantes na fronteira com os EUA desde dezembro de 2023.
Sheinbaum disse que pedirá ao novo Governo dos EUA que mantenha algumas das políticas de imigração implementadas pelo presidente em fim de mandato Joe Biden, como o aplicativo “CBP One” do Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras, que permite pedidos de asilo a partir do sul do México.
“(O MPP) é uma decisão unilateral deles para que aqueles que querem asilo nos EUA não entrem nos EUA, mas esperem em outro país, e é por isso que insistimos que essa possibilidade de acessar o asilo seja aberta, não apenas na fronteira em pessoa, mas também remotamente”, afirmou.