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Gosto pelas compras já não é coisa só de mulher, diz estudo

Homens entre 25 e 35 anos gastam mais dinheiro em compras, cerca de 415 dólares por ano, que as mulheres, 362 euros


	"O homem relutante em fazer compras é uma espécie em vias de extinção, e isso já é até uma atividade onde os jovens adultos e principalmente os adolescentes rivalizam com as garotas", disse Pascal Monfort
 (Thinkstock/Wavebreakmedia Ltd)

"O homem relutante em fazer compras é uma espécie em vias de extinção, e isso já é até uma atividade onde os jovens adultos e principalmente os adolescentes rivalizam com as garotas", disse Pascal Monfort (Thinkstock/Wavebreakmedia Ltd)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2015 às 14h49.

A imagem de um homem seguindo a mulher enquanto ela percorre lojas, carregando as sacolas da companheira, ficou no passado. Os homens já não vêem as compras como uma obrigação, e muitos até as fazem com gosto.

"O homem relutante em fazer compras é uma espécie em vias de extinção, e isso já é até uma atividade onde os jovens adultos e principalmente os adolescentes rivalizam com as garotas", disse em entrevista à AFP Pascal Monfort, professor de sociologia da moda.

"O homem escolhe por si mesmo. Antes era a mulher que fazia as compras por ele e agora ele faz sozinho", diz o estilista Lucien Pellat Finet que abre participa dos desfiles de moda masculina de Paris.

Estudos confirmam a tendência. Um deles, realizado no ano passado pela consultora especializada em hábitos de consumo CCM Benchmark para o site de venda online ChicTypes, mostra que os homens entre 25 e 35 anos gastam mais dinheiro em compras -371 euros (415 dólares por ano em média)- que as mulheres (362 euros, 405 dólares).

Outra pesquisa significativa de Observatório de Shopping elaborada pela Unibail-Rodamco e Ipsos, revelou no ano passado que ir a uma loja é um momento de prazer para mais de um de cada dois homens.

Cada vez mais preocupados com sua aparência e agora seguros de que seu interesse por roupas não enfraquecerá seu lado "masculino", os homens se esforçam para se cuidar, andar na moda e encontrar um estilo pessoal.

"Os homossexuais foram os precursores ao trivializar o que antes era mal visto, e até mesmo um tabu entre os garotos: os cosméticos, a condição física ou o cuidado com sua aparência", disse à AFP Gérald Cohen, autor de "A moda como observatório do mundo que muda".

"Um dos temores do homem moderno é o de não estar na última (moda). Tem medo de seus filhos o considerem antiquado apesar de seu estilo se aproximar cada vez mais deles.", disse Pascal Monfort.

Compras personalizadas

Ávidos por informação e assessoramento, os homens podem correr para as lojas especializadas, mas também para sites de venda online e outros blogs de moda masculinos que há décadas proliferam na rede.

Na França, uma dezena desses sites, como "Comme un camion", "Bonne gueule" e "Jamais vulgaire", são consideradas referências capazes de impactar a imagem de uma marca e aumentar as vendas.

"Estas páginas entenderam com perfeição as necessidades específicas dos homens que, muito mais que as mulheres, apreciam ter um guia para tomar suas decisões", disse Pascal Monfort.

"Além da roupa, são dadas recomendações para combinar un par de sapatos com um terno ou uma camisa com gravata", acrescentou.

Para oferecer este serviço de "personal shopping", alguns sites utilizan algoritmos que selecionam os artigos suscetíveis de corresponder com os gostos do cliente. Outros recorrem a verdadeiros assessores que respondem a perguntas online.

Mas se a rapidez e a eficácia destes sites são particularmente apreciadas pela clientela masculina, os homens tampouco desdenham da ideia de frequentar as lojas, principalmente se são especializadas.

"Estão cada vez mais informados e por vezes sabem mais que alguns vendedores", disse Geoffrey Bruyère, cofundador de "Bonnegueule.fr", site que recebeu dois milhões de visitas em 2014.

"Têm um interesse crescente por tocar nos tecidos, ter contato com o produto", acrescentou. Uma tendência que levou a equipe do site a abrir, há alguns dias, uma loja tradicional no bairro parisiense do Marais.

"Aplicamos o princípio de 'web-to-store', que consiste em poder se informar online sobre um produto, sua disponibilidade, seu preço e ter a opinião de outros consumidores antes de ir comprar na loja", diz Geoffrey Bruyère.

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