Contêiner: segundo secretário do MDIC, crise na Argentina foi determinante para esse quadro (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 15h46.
Brasília - O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, afirmou na tarde desta segunda-feira, 5, que os Estados Unidos se tornaram, no ano passado, o principal destino para os produtos manufaturados brasileiros, com avanço de 9,8% nas vendas.
Com esse desempenho, os norte-americanos superaram os argentinos, que eram líderes de compra desses itens desde 2009. De acordo com Godinho, a crise no país vizinho foi determinante para esse quadro.
"A situação na Argentina atingiu duramente as exportações brasileiras de manufaturados. Com isso, tivemos uma perda de US$ 5,3 bilhões no ano", afirmou o secretário.
Godinho observou ainda que enquanto EUA compraram em manufaturados US$ 13,7 bilhões, a Argentina adquiriu US$ 12,8 bilhões em produtos.
Minério de ferro
As exportações brasileiras de minério de ferro atingiram 37,394 milhões de toneladas em dezembro de 2014, aumento de 17% em relação ao observado no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo MDIC.
Na comparação com novembro, houve elevação de 44%.
Já a média dos preços de exportação praticada no mês foi de US$ 53,3 a tonelada, recuo de 47,12% em relação ao mesmo período de 2013.
Ante o mês imediatamente anterior, a queda foi de 12,5%.
Com isso, a receita gerada pelas exportações de minério de ferro foi de US$ 1,993 bilhão, recuo de 37,8% em relação ao montante de dezembro de 2013.
Em relação a novembro, houve um incremento de 26%.
Câmbio
O secretário Daniel Godinho afirmou que o patamar do câmbio ainda não se mostrou decisivo para impulsionar as exportações brasileiras.
Segundo ele, apenas alguns setores - máquinas industriais, automóveis e carne de frango - relataram benefícios do câmbio mais favorável para as vendas externas.
"Temos efeitos em alguns setores e, quando tivermos maior estabilidade do câmbio, teremos resultado mais direto nas exportações", avaliou.
"Mais importante do que patamar cambial é a estabilidade da taxa de câmbio", reforçou Godinho.
"Nos últimos anos, temos verificado oscilação cambial, o que prejudica o negócio", disse, acrescentando que há defasagem temporal entre a desvalorização cambial e seu efeito na balança, que pode chegar a três anos.