Quézide Cunha e Neymar: parceria envolve ações do jogador com a marca e inserção do logo da Loovi na camiseta do Santos
Repórter de Negócios
Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 15h47.
Última atualização em 31 de janeiro de 2025 às 17h19.
Quem é Uber, tem um carro modificado ou um veículo de leilão sabe como é difícil conseguir um seguro automobilístico. Muitas seguradoras simplesmente recusam esses clientes. Outras cobram valores tão altos que tornam a proteção inviável. A Loovi quer mudar esse jogo.
Fundada por Quézide Cunha, ex-dono da maior distribuidora de Bíblias da América Latina, a empresa aposta em tecnologia para oferecer seguros acessíveis para as classes C, D e E. Agora, dá um passo ousado: Neymar Jr. é o novo embaixador da marca.
O acordo acontece em um momento estratégico. O jogador volta ao Santos e a Loovi aproveita para reforçar sua presença no mercado.
"Nosso contrato com Neymar nos aponta para o futuro. Estamos olhando para outros países e essa parceria pode acelerar nossa expansão internacional", afirma Cunha. A empresa já estuda sua entrada no Chile e na Colômbia.
A Loovi será vista na camisa 10 do Santos, número eternizado por Pelé. Além disso, Neymar será a cara da marca em campanhas publicitárias e ações de marketing. "Queremos ampliar o acesso ao seguro e levar essa mensagem de forma mais ampla", diz Cunha.
O próximo passo? Consolidar-se entre as 10 maiores seguradoras automotivas do Brasil até o fim de 2025. Há dois anos, a meta da empresa era chegar a 2025 com um faturamento na casa de 350 milhões de reais.
Quézide vem de uma família humilde de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais. Aos 14 anos, conquistou o primeiro emprego como estoquista em uma livraria evangélica. Três anos depois, virou subgerente da empresa em outra cidade e foi sendo promovido até comprar parte dela e tornar-se sócio majoritário.
Na liderança da Ômega, transformou o negócio num modelo de atacarejo e investiu na produção própria de títulos e outros artigos religiosos, como óleos para unção.
“Fui o maior vendedor de Bíblia da América Latina, e me tornei quem eu queria ter me tornado, que é uma pessoa próspera”, diz. “Mas percebi que o que tinha me levado até aí não me levaria mais adiante, e tomei a decisão de fazer meu sabático e pensar num novo negócio”.
Em 2015, ele se desligou da empresa e tirou um ano sabático em que fez viagens e estudou novos mercados, pensando qual negócio poderia desenvolver. Se interessou por dois. Um na área hospitalar e outro no setor de seguros. Escolheu a segunda opção.
“Me surpreendi quando soube que 73% do mercado automotivo não tinha seguro e quis estudar mais sobre”, afirma.
Uma das primeiras coisas que Cunha estudou quando decidiu investir no setor foram as associações de proteção veicular, em que pessoas se associam para ter benefícios de seguro, mas sem regulação da Superintendência de Seguros, a Susepe.
“Eu percebi que esse negócio estava ganhando escala e que eles tinham conhecimentos que talvez as seguradoras não queriam enxergar”, diz. “Eles conseguem humanizar a experiência, ter um cuidado mais pessoal e com uma comunicação mais direta”.
Foi assim que tomou a decisão de usar essas estratégias para uma empresa de seguros, mesmo. Prêmio e apólice, por exemplo, foram palavras cortadas do dicionário. “O brasileiro de classe média nunca teve seguro e não sabe o que é um prêmio. É o valor do seguro”.
Além desse aprendizado com as associações, Cunha focou muito em tecnologia. Passou um tempo na China estudando o mercado de seguros no país e como eles usavam a digitalização para baratear produtos.
"No final das contas, a gente vende seguro, como todas as outras corretoras de seguros. Seguro completo, furto e roubo, assistência 24 horas, seguro contra colisão, proteção contra vidros", diz Cunha. "Acontece só que fazemos de uma forma diferente, bem mais simples, pelo aplicativo, rapidamente, e com uma experiência que fala mais com as classes C, D e E”.
A simplicidade que Cunha fala está, por exemplo, no processo. Para definir o seguro, a Loovi sequer pede a placa do veículo antes do pagamento. Ela já processa a compra e depois vai fazendo a busca pelos dados enquanto o pagamento está sendo processado. Isso facilita e agiliza o negócio.
O aplicativo da empresa também faz acompanhamento mais preciso de possíveis sinistros com o carro, o que dá mais assertividade no preço. Também tem a opção de personalizar o que quer que o seguro cubra, para deixá-lo mais acessível aos bolsos.
"Carro rebaixado tem vez na Loovi, carro de leilão, carro menosprezado nas grandes companhias, todos eles têm vez na Loovi”, diz Cunha.
A negociação com Neymar aconteceu de forma inesperada.
"Eu estava na BMW entregando carros para minha diretoria quando recebi a ligação do pai do Neymar", diz Cunha.
O convite veio de um amigo em comum. Em poucas horas, o contrato foi fechado. Agora, a Loovi será patrocinadora da camisa 10 do Santos e terá Neymar como embaixador oficial.
"Ele tem mais de 200 milhões de seguidores e uma força gigantesca.É nosso maior investimento em marketing até hoje", afirma Cunha.
A parceria com Neymar pode acelerar os planos da Loovi para além do Brasil. A empresa já estuda sua entrada no Chile e na Colômbia, mirando novos mercados onde o seguro veicular ainda tem baixa penetração.
Até o fim de 2025, a meta é clara: entrar no top 10 das seguradoras automotivas do país.