Carlo Ancelotti: treinador italiano recusou proposta de comandar a Seleção Brasileira de Futebol (Sport Images/Getty Images)
Repórter
Publicado em 29 de abril de 2025 às 19h49.
Última atualização em 29 de abril de 2025 às 20h43.
O acordo entre Carlo Ancelotti e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi interrompido após um obstáculo significativo: o Real Madrid. Sabendo do acerto do técnico italiano para assumir a seleção brasileira, a diretoria do clube espanhol se mostrou inflexível e recusou-se a pagar a multa rescisória de Ancelotti, que tem contrato com o Real até junho de 2026. Diante disso, a CBF decidiu suspender as negociações com o treinador. A informação foi divulgada pelo jornal espanhol "Marca".
Apesar dos maus resultados do Real Madrid nesta temporada, a decisão da diretoria de antecipar a saída de Ancelotti já estava sendo considerada há meses, especialmente após a eliminação na Liga dos Campeões e a derrota para o Barcelona na Copa do Rei. Se o Real não conseguir diminuir a vantagem de quatro pontos do Barça nas cinco rodadas finais de La Liga, terminará a temporada sem conquistar nenhum título.
Com a decisão de Florentino Pérez, Ancelotti iniciou conversas com a CBF. No entanto, o treinador exigia o pagamento da multa rescisória, já que o Real estava encerrando o contrato um ano antes do previsto. Ao tomar conhecimento do acerto verbal de Ancelotti com a CBF, o presidente do Real, Florentino Pérez, se recusou a pagar a multa e só aceitaria liberar o técnico sem custos.
Com isso, o acordo entre Ancelotti e a CBF não se concretizará. Jorge Jesus, que está deixando o Al-Hilal, é o principal nome para assumir a seleção brasileira.
A CBF deve enviar a lista de convocados para os próximos jogos da Seleção, contra o Equador, no dia 5 de junho, e o Paraguai, em São Paulo, no dia 10 de junho, até o dia 18 de maio.
A lista será elaborada pelos coordenadores da CBF, Rodrigo Caetano e Juan, com a determinação do presidente Ednaldo Rodrigues de que o novo treinador anuncie os 23 jogadores que defenderão o Brasil. Não há impedimentos para que isso aconteça após o dia 26, ao fim do Campeonato Espanhol.
Jorge Jesus, ex-jogador e treinador português, nasceu em 24 de julho de 1954, na cidade de Amadora, Portugal. Durante sua carreira como meio-campista, que começou no Sporting em 1973, passou por diversos clubes até se aposentar dos gramados em 1989.
Ao seguir a trajetória como técnico, Jesus se destacou por suas conquistas expressivas. Desde 1990, comandou várias equipes em Portugal, incluindo Benfica e Sporting. No Benfica, conquistou dez títulos entre 2009 e 2015, consolidando sua reputação no futebol europeu. Em 2019, teve passagem marcante pelo Flamengo, onde levou o clube às vitórias na Copa Libertadores e no Campeonato Brasileiro, tornando-se o primeiro técnico português a conquistar a Libertadores.
Atualmente à frente do Al-Hilal, na Arábia Saudita, seu nome vem sendo cogitado para assumir a seleção brasileira após a saída de Dorival Júnior. Apesar de seu desejo de vencer um torneio continental na Ásia, ele estaria disposto a abrir mão do Mundial de Clubes para realizar o sonho de comandar a seleção brasileira.
Por enquanto, não há negociações em andamento com o Al-Hilal, mas tanto a CBF quanto o treinador desejam que sua saída ocorra de forma tranquila, evitando conflitos com o clube saudita. Além disso, Jesus busca manter uma boa relação com o mercado do Oriente Médio, onde já construiu forte presença.
Com 70 anos, Jorge Jesus teve apenas uma experiência no futebol brasileiro, quando esteve à frente do Flamengo entre junho de 2019 e julho de 2020. Nesse período, acumulou cinco títulos: Libertadores e Campeonato Brasileiro de 2019, além da Recopa Sul-Americana, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca, todos em 2020. Em 57 partidas pelo clube carioca, somou 43 vitórias, dez empates e apenas quatro derrotas.