Dólar: moeda terminou cotada a R$ 2,3810 no mercado de balcão, com recuo de 1,04% (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2014 às 16h58.
São Paulo - O conteúdo da ata do último encontro do Federal Reserve abriu espaço na agenda eleitoral para fazer preço nos ativos domésticos na tarde desta quarta-feira, 8.
O movimento do mercado foi pautado pelo documento, que acabou por tirar o dólar da alta para uma trajetória de queda.
A moeda norte-americana, que também virou para baixo ante outras de países emergentes após a divulgação da ata, terminou cotada a R$ 2,3810 no mercado de balcão do Brasil, com recuo de 1,04%.
Foi a quarta queda consecutiva de desvalorização, acumulando baixa de 4,30%.
Durante o dia, oscilou de R$ 2,3750 (-1,28%) na mínima a R$ 2,4310 (+1,01%) na máxima.
O giro financeiro totalizou R$ 998 milhões, sendo US$ 932 milhões em D+2. No mercado futuro, o dólar para novembro estava cotado a R$ 2,4020, -0,46%, às 16h33.
O documento divulgado pelo Fed mostrou que seus dirigentes estão mais preocupados com a debilidade do crescimento econômico fora dos EUA e com o impacto disso na economia do país.
Segundo a ata, os participantes da reunião se disseram preocupados com a possibilidade de um crescimento decepcionante na Europa, na China e no Japão prejudicar as exportações norte-americanas.
Ao mesmo tempo, a alta do dólar poderá manter a inflação nos EUA abaixo da meta do Fed, de 2%, por reduzir o custo de bens e serviços importados.
Após a divulgação do documento, as expectativas de elevação dos juros básicos pelo Federal Reserve diminuíram.
Agora, a chance de uma elevação em junho de 2015 está em 26%, abaixo de 31% ontem e de 53% há um mês, de acordo com dados da CME.
No começo da sessão, o dólar no Brasil abriu em queda firme, na expectativa sobre o apoio de Marina Silva a Aécio Neves para o segundo turno das eleições.
O posicionamento de Marina deve ser conhecido até amanhã, quando também sairão duas pesquisas de intenção de voto, as primeiras após o tucano ter levado uma vaga para disputar a Presidência com Dilma Rousseff em 26 de outubro.
Além de apoios e pesquisas, o cenário eleitoral entrou em cena hoje pelas vias da inflação. O IBGE divulgou que o IPCA de setembro ficou em 0,57%, elevando para 6,75% o acumulado em 12 meses, acima do teto da meta de 6,5%. Isso pode turbinar a campanha do tucano, já que inflação é um tema sensível aos brasileiros ao corroer seu poder de compra.
Já a divulgação dos dados do fluxo cambial semanal não fez preço na moeda norte-americana hoje.
O Banco Central divulgou que em setembro as entradas superaram as saídas em US$ 2,044 bilhões. As operações financeiras responderam por metade desse resultado do período, com um ingresso líquido de US$ 1,022 bilhão.
No comércio exterior, responsável por outra metade do resultado, o saldo ficou positivo em US$ 1,021 bilhão.