Paraquedistas russos participam de uma parada em Moscou em 2 de agosto de 2014 (Vasily Maximov/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2014 às 17h17.
Berlim - O governo alemão bloqueou um projeto de fornecimento de equipamentos militares do grupo de defesa Rheinmetall para a Rússia, anunciou o Ministério da Economia nesta segunda-feira, acrescentando esperar que os europeus também proíbam de maneira retroativa o fornecimento de armamento a Moscou.
O ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, confirmou à imprensa ter revogado sua autorização para este projeto para elaborar um campo de treinamento totalmente equipado destinado a formar as tropas russas.
O jornal Süddeutsche Zeitung foi o primeiro a revelar esta informação no domingo.
"Não é uma questão de dinheiro, é uma questão de vidas humanas", explicou Gabriel, que diz temer "uma escalada da violência" que ele não "quer ter que responder".
"Consideramos indefensável na atual situação autorizar a entrega deste centro", afirmou, por sua vez, o porta-voz do ministério, acrescentando que as partes do projeto já aprovadas "não estão operacionais".
Em março, devido à crise na Ucrânia, Gabriel suspendeu até nova ordem a execução deste contrato avaliado em 100 milhões de euros e que incluía o centro para a formação de 30.000 soldados por ano em Mulino, região do Volga.
A Rheinmetall não comentou o assunto. O governo está em contato com a empresa, que terá a possibilidade de reivindicar na justiça uma compensação financeira, segundo o porta-voz do ministério.
Do lado russo, uma autoridade do Ministério da Defesa declarou à agência de notícias Itar-Tass que, "se os alemães quebrarem o contrato, processos judiciais virão a seguir".
Ao desistir deste projeto, Berlim vai, com isso, além das sanções impostas na semana passada contra Moscou, que proíbem as exportações europeias de armamentos para a Rússia, apesar de não com caráter retroativo, o que deve permitir à França entregar dois navios de guerra Mistral a Moscou.
Berlim, no entanto, assegura que a última palavra sobre o assunto ainda não foi dita.
"O Conselho Europeu decidiu o que decidiu (...), mas se, após as discussões, houver uma melhora, nós comemoraremos", declarou um porta-voz da Chancelaria, Georg Streiter, durante uma coletiva de imprensa do governo.