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Worldcoin diz que "opera dentro da lei" e não vende dados de clientes após proibição na Espanha

Projeto criado por dono do ChatGPT tem enfrentado problemas com autoridades por preocupações sobre tratamento de dados

Worldcoin enfrenta problemas com autoridades ao redor do mundo (Worldcoin/Divulgação)

Worldcoin enfrenta problemas com autoridades ao redor do mundo (Worldcoin/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 19 de março de 2024 às 14h00.

Última atualização em 19 de março de 2024 às 14h11.

O Worldcoin, projeto que busca criar uma "identidade digital global", compartilhou na última segunda-feira, 18, uma publicação em que busca esclarecer dúvidas sobre a legalidade de suas operações. No texto, a empresa afirma que "opera dentro da lei" em todos os países em que está ativa, apesar de problemas recentes e preocupações sobre o tratamento de dados de usuários.

Segundo a empresa, "o Worldcoin opera legalmente em todos os locais onde está disponível. O Worldcoin foi projetado para estar em total conformidade com todas as leis e regulamentos que regem a coleta e transferência de dados", citando como exemplo leis na União Europeia e na Argentina.

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Um dos principais pontos de preocupação levantado por autoridades é o armazenamento e gerenciamento de dados biométricos dos usuários. A iniciativa envolve a captura de um registro de íris do usuário para criar a World ID — uma identidade digital.

Em troca do registro, o usuário recebe uma quantia em WLD, a criptomoeda própria do projeto. Entretanto, a empresa afirma que os dados biométricos de íris "nunca são comprados ou trocados por dinheiro em qualquer parte do projeto Worldcoin".

O Worldcoin alegou ainda que, uma vez coletados, os dados de íris são deletados e substituídos pelo World ID, que na prática é uma confirmação que a pessoa registrou a íris e realmente é quem diz ser. O foco do projeto é usar a identidade para distinguir humanos de robôs.

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A iniciativa ganhou popularidade principalmente porque um de seus criadores é Sam Altman, atual CEO da OpenAI, empresa dona do ChatGPT. Entretanto, o projeto vem enfrentando problemas com autoridades de diversos países desde o seu lançamento em 2023.

Apenas em março, autoridades da Coreia do Sul anunciaram a abertura de uma investigação sobre a forma como os dados de clientes são usados pela empresa. No mesmo mês, a Espanha decidiu proibir as operações do Worldcoin no país.

Em um comunicado, as autoridades do país informaram que o Worldcoin precisará cessar o recolhimento e tratamento de dados pessoais e também ordenou o bloqueio de dados já obtidos.

As autoridades espanholas afirmam que receberam denúncias referentes à insuficiência de informações sobre a forma como os dados são tratados e utilizados, obtenção de dados de menores de idade e a impossibilidade dos usuários retirarem o consentimento para dados dado ao Worldcoin.

O Worldcoin chegou a enviar alguns Orbs — os equipamentos de registro de íris — para o Brasil para cadastro de usuários, mas suspendeu as operações ainda no segundo semestre do ano passado.

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