Venezuela pode usar criptomoedas para driblar sanções (Getty Images/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 23 de abril de 2024 às 10h30.
A Venezuela planeja usar criptomoedas para driblar as sanções retomadas pelos Estados Unidos para a negociação do petróleo produzido no país. De acordo com a Reuters, o plano está em análise pela PDVSA, estatal responsável pela extração e venda do petróleo venezuelano e derivados.
Segundos fontes ouvidas pela Reuters, a PDVSA estava "lentamente aumentando" em 2023 as vendas de petróleo com pagamento em USDT, uma criptomoeda pareada ao dólar. No ano passado, os Estados Unidos retiraram diversas sanções ao país em meio ao avanço das negociações sobre a participação da oposição ao governo de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais deste ano.
Entretanto, o governo dos Estados Unidos decidiu retomar as sanções a partir de 31 de maio após candidatos da oposição venezuelana terem sido impedidos de concorrer à Presidência. As sanções atingem diretamente a negociação de petróleo e gás, dificultando as operações pela PDVSA.
Com a mudança de cenário, a estatal venezuelana pretende acelerar a transição das negociações e aumentar o uso de USDT. A stablecoin passou a ser usada como forma de evitar congelamento de fundos mantidos em bancos estrangeiros, uma estratégia que faz parte do pacote de sanções dos EUA.
Em geral, o dólar segue sendo a moeda mais usada nos contratos de compra e venda de petróleo ao redor do mundo. Mas a Venezuela tem usado cada vez mais a USDT como alternativa em contratos. A PDVSA também exige que qualquer cliente novo tenha criptomoedas em uma carteira digital.
Ainda de acordo com a Reuters, a PDVSA tem usado intermediários para garantir que as transações com USDT serão cumpridas, mas isso também tem reduzido a parcela de lucro da empresa com as negociações.
Também neste ano, o governo da Venezuela anunciou o fim do projeto da Petro, uma criptomoeda lançada pelo país em 2018 cujo valor era garantido pelas reservas de petróleo do país. A moeda foi lançada como uma alternativa ao bolívar venezuelano e para driblar sanções dos EUA, mas teve baixa adesão dentro e fora do país.
Antes mesmo do encerramento, a Petro teve uma série de interrupções após a agência do governo responsável pelo setor de criptomoedas enfrentar um escândalo de corrupção. A Petro foi a primeira criptomoeda estatal já criada.
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