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União entre criptomoedas e crédito é "evolução natural", diz presidente da Acrefi

Em entrevista exclusiva à EXAME, Tadeu Silva citou diversas áreas em que união com cripto deve aumentar eficiência do mercado de crédito

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de novembro de 2024 às 09h30.

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A união entre o mercado de crédito e as criptomoedas é uma "evolução natural" e deverá trazer diversas vantagens para o segmento. É o que avalia Tadeu Silva, presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) em uma entrevista exclusiva à EXAME sobre a união entre esses dois mundos.

Silva pontua que essa "evolução natural" ocorre porque "o mercado já está caminhando para incorporar tecnologias baseadas em blockchain". A tendência, segundo ele, é que o Drex, projeto do Banco Central para criar uma nova infraestrutura digital para o mercado financeiro, intensifique essa aproximação.

"Além disso, já é possível visualizar operações de crédito garantidas com criptoativos e a compra e venda de imóveis com pagamento em criptomoedas. Cada vez haverá uma sinergia entre o segmento cripto transacional tradicional e o mercado de crédito", projeta o executivo.

Para o presidente da Acrefi, a combinação entre criptomoedas e o mercado de crédito é uma "união do incumbente com o novo entrante. A união de experiências, no compartilhamento de melhores práticas de negócios e de prevenção a fraudes e de lavagem de dinheiro".

A tendência, afirma, é que a combinação estimule uma "inovação em produtos financeiros e a troca de experiências" entre as empresas tradicionais do mercado de crédito e as novas companhias ligadas ao mundo do blockchain e das criptomoedas.

Ele ressalta ainda que "sem dúvidas todos vão ganhar, especialmente os clientes que terão acesso a novas linhas de produtos".

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Como exemplos, Silva cita a compra e venda de veículos entre pessoas, "onde sempre resta a dúvida se o comprador primeiro transfere o dinheiro ou o vendedor primeiro transfere a DUT [Autorização para a Transferência de Veículos".

"Com a utilização da tecnologia blockchain e da tokenização será possível adotarmos os contratos inteligentes e a liquidação imediata da transação, em tempo real, trazendo mais segurança para todos os envolvidos", comenta.

Ele projeta, ainda, que a incorporação dessa nova tecnologia trará mais transparência, "registrando transações e informações em uma rede imutável e acessível a todos os stakeholders, reduzindo o risco de fraude e aumentando a confiança", e também uma redução de custos, já que será possível automatizar processos e eliminar intermediários.

No lado das garantias, o presidente da Acrefi acredita que a tokenização de ativos, incluindo imóveis e veículos, tende a facilitar as operações de verificação, tornando-as mais "rápidas e seguras". O resultado final, ressalta, é de uma expansão de crédito "por meio de soluções descentralizadas que considerem dados alternativos para análise de crédito, conectando comunidades desbancarizadas".

Em relação ao Drex, Silva avalia que o projeto tende a fortalecer o mercado de crédito e que será capaz de incentivar a "tokenização dos ativos que podem ser usados como garantia em operações de crédito. Ele vai aumentar a segurança das operações, trazendo mais segurança e transparência para todos os envolvidos. E vai possibilitar o surgimento de novos produtos financeiros e a inclusão financeira".

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