No dia 5 de abril, o homem mais rico do mundo se tornou o maior acionista da rede social, após comprar uma participação de 9,2% por mais US$ 3 bilhões (Pool / Equipe/Getty Images)
Na manhã dessa quinta-feira, 14, Elon Musk protocolou na SEC o pedido de uma aquisição hostil do Twitter, procedimento no qual um individuo ou empresa faz uma proposta de compra da totalidade de uma companhia listada, com a premissa de “desbloquear seu extraordinário potencia”. Membros de destaque da comunidade cripto, como Sam Bankman-Fried e Raoul Pal comentaram o assunto e discutiram o papel de um possível Twitter descentralizado na Web3.
No dia 5 de abril, o homem mais rico do mundo se tornou o maior acionista da rede social, após comprar uma participação de 9,2% por mais US$ 3 bilhões. Na ocasião ele se declarou animado em trabalhar com a mesa de diretores existente para melhorar a plataforma. Nos dias seguintes, Musk fez enquetes com seus seguidores sobre o futuro da rede, e publicou memes relacionados à transação. Tais postagens causaram desconforto em acionistas e usuários, que julgaram as atitudes como pouco profissionais.
O CEO da Tesla e da SpaceX, no entanto, tinha outros planos. Em uma carta adicionada ao pedido na SEC, ele diz: “Investi no Twitter por acreditar no seu potencial de ser uma plataforma para liberdade de expressão ao redor do mundo, e eu acredito que liberdade de expressão. Apesar disso, desde que fiz meu investimento, eu percebi que a empresa não vai ter sucesso e nem esse imperativo social em sua atual forma. O Twitter precisa virar uma empresa privada. Como resultado disso, estou me oferecendo para comprar o Twitter por US$ 54,20 por ação, um prêmio de 54% contra o dia em que comecei a investir na empresa. Minha oferta é final, e se não aceita, precisarei reconsiderar minha posição como acionista. O Twitter tem um potencial extraordinário. E eu vou liberá-lo”.
A ação da rede social negocia com uma leve alta, aos US$ 45. Investidores ouvidos pela Forbes se disseram preocupados com a capacidade de Musk de cuidar ativamente de três empresas, além de sua conduta pública.
Membros da comunidade cripto foram rápidos ao começar a visualizar uma versão descentralizada do Twitter, pautada na Web3 e com ligação direta aos criptoativos. Musk, conhecido por seu apelo pró-cripto pode fazer com que isso aconteça, foi o consenso. Sam Bankman-Fried, o CEO e fundador da corretora FTX explicou em seu perfil na rede social como tal mudança poderia acontecer e quais seriam seus benefícios.
Na visão do bilionário, os tweets podem ser feitos no blockchain, com o usuário escolhendo quem tem acesso a eles. Isto unificaria publicações e mensagens privadas. A monetização do negócio viria através da atividade: o protocolo poderia cobrar um valor como US$ 0,01, por postagem, a uma média de 500 milhões por dia, já seria equivalente a metade da receita atual da empresa. Outra opção de geração de receita é a própria interface da rede, que poderia continuar mostrando anúncios para pagar sua infraestrutura, e como as postagens estariam em um blockchain, usuários controlariam suas informações, logo, cada um poderia criar sua própria moderação de conteúdo.
“Como seria tudo on-chain, seria trivial integrar essas coisas ao Twitter: a) gorjetas, pagamentos e monetização para criadores de conteúdo, b) NFTs, perfis e avatares, c) por que não? DOGE”, escreveu SBF.
Ele completou: “Isso seria bom para o Twitter? Acho que sim, já que eles só estão faturando cerca de US$ 300 milhões agora, mas quem sabe. Isso democratizaria as mídias sociais, farias as finanças transparentes e removeria o problema de falha na moderação? Sim”. “O quão difícil seria de construir? Difícil, mas não tanto assim. Poderíamos fazer acontecer. E se tiver demanda suficiente, nós faríamos, e rápido”, finalizou.
Raoul Pal, fundador da RealVision e do fundo cripto Global Macro Investor deu sua opinião sobre o tema, também através da própria rede: “O Twitter é uma das maiores oportunidades de fazer a Web3 dar certo e escalá-la. Temos uma pequena janela de oportunidade, e pelo que ouvi de líderes do Twitter essa manhã, mais pessoas estão pensando da mesma maneira…”.
Twitter is one of the single biggest opportunities to get Web 3 right and scale it. There is a small window of opportunity and I sense from thought leaders on Twitter this morning, there are many people thinking the same way about it...
— Raoul Pal (@RaoulGMI) April 14, 2022
Justin Sun, fundador do blockchain TRON, fez uma outra proposta, que não deve ser levada a sério pela mesa de diretores da rede social, já que não foi protocolada na SEC. “Acredito que o Twitter está longe de atingir seu potencial, por isso estou oferecendo US$ 60 por ação para tornar a empresa privada. Mas apoiamos a iniciativa de Elon Musk e adoraríamos ver o Twitter se tornando nativamente cripto e parte da Web3.
I believe @Twitter is far from unleashing its full potential, thus I am offering $60 per share to take the platform private. But we fully support the reform initiatives of @elonmusk and would love to see Twitter becoming crypto-native and Web3 friendly.
— H.E. Justin Sun 孙宇晨 (@justinsuntron) April 14, 2022
Outras tentativas de construir uma rede social baseada na Web3 falharam, seja por falta de planejamento, ou de interesse. A Voice, criada pela Block.one, ICO que captou US$ 4 bilhões durante o boom dos ICOs em 2017, foi a que chegou mais longe, mas foi descontinuada após somente um ano de operação e hoje funciona como uma plataforma de negociação de NFTs de artistas independentes.
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