Future of Money

Transações da Visa com "substituto do cartão" superam 50% do total pela 1ª vez no Brasil

Sistema não envolve uso de tecnologia blockchain, mas busca facilitar operações e substituir o cartão de crédito tradicional

Visa lançou opção de tokenização no Brasil há oito anos (Philippe Wojazer/Reuters)

Visa lançou opção de tokenização no Brasil há oito anos (Philippe Wojazer/Reuters)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 17h43.

Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 16h15.

A Visa atingiu recentemente um marco inédito no Brasil: mais da metade de todas as transações online processadas pela empresa usou a tecnologia de tokens lançada há oito anos no país. Apesar do nome, o sistema não usa a tecnologia blockchain, mas tem como objetivo substituir o cartão físico tradicional.

O dado, compartilhado com exclusividade para a EXAME, é caracterizado pela empresa como "um novo marco para a indústria de tecnologia de pagamento no Brasil". Com a tecnologia de tokenização, os números de conta dos usuários são substituídos pelo token, uma sequência única de números que é gerada para cada estabelecimento comercial em que as transações são feitas.

Há, ainda, a inclusão de "camadas extras de proteção" em relação ao uso do cartão tradicional, buscando dificultar ações de fraudes ou ataques de hackers. Após o lançamento da nova técnica, a Visa iniciou um programa para ajudar parceiros a implementar os dispositivos que colocam a tokenização em prática.

Em 2023, o gigante de pagamentos registrou 6 bilhões de tokens emitidos em todo o mundo, superando o número de cartões em circulação pela primeira vez. Entre as funcionalidades, é possível vincular camadas de proteção específicas para um tipo de transação ou para operações em determinados estabelecimentos comerciais ou dispositivos.

À EXAME, Leandro Garcia, diretor para soluções de produtos e risco da Visa, avalia que "a expansão dos pagamentos digitais trouxe grandes oportunidades para estabelecimentos comerciais de todos os tamanhos, mas também estabeleceu uma série de desafios no que tange a segurança".

"E uma das principais soluções para isto é a tokenização, que eleva o nível de proteção das transações consideravelmente, reduzindo riscos de fraudes e proporcionando experiências de pagamento melhores e sem atritos”, ressalta.

O executivo comenta que “a ampla aceitação da tecnologia que estamos verificando é o principal indicador de que comércios e consumidores vêm enxergando sua importância para suas rotinas de pagamento. Por isso, seguiremos atuando ativamente no desenvolvimento e aperfeiçoamento de nossas soluções de valor agregado para dar continuidade a esta transformação digital”.

Apesar do nome ser o mesmo, a tokenização criada pela Visa não envolve o uso da tecnologia blockchain. O princípio, porém, é o mesmo: substituir um dado, identificação ou ativo por uma representação de token. O diferencial da tokenização no mundo cripto é que o token é criado e vinculado a uma rede de registro distribuído (DLT, na sigla em inglês), em um processo que tem ganhado tração nos últimos anos.

Aproveite todas as possibilidades do mundo crypto. A Mynt ajuda você a explorar o melhor do mercado com segurança e diversidade de criptomoedas. Clique aqui para abrir sua conta.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:VisaTokenizaçãomeios-de-pagamento

Mais de Future of Money

Bitcoin amplia fatia de mercado após colapso de criptomoeda divulgada por Milei

FTX inicia pagamentos para clientes afetados por falência da corretora de criptomoedas

Standard Chartered: bitcoin vai chegar a US$ 500 mil em 2028 impulsionado por institucionais

Homem invade letreiro de Hollywood para promover criptomoeda, mas plano dá errado