Segundo ele, a tokenização, no caso de criptoativos atrelados a produtos reais, pode ajudar a jogar por terra os argumentos da falta de lastro das criptos (iStockphoto/iStockphoto)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 16 de maio de 2022 às 09h30.
A criação de um lastro com produtos físicos, sujeitos a serem transformados em ativos fracionados digitais. O que um dia representou uma possibilidade absurda no mundo dos investimentos, atualmente se desenha com um caminho sem volta para a democratização do setor: a tokenização. Foi o que o diretor da exchange de criptomoedas brasileira Mercado Bitcoin (MB), Fabricio Tota, defendeu em um artigo publicado na coluna E-Investidor, no Jornal O Estado de São Paulo. Para ele, a tokenização de ativos deve diminuir a dependência do mercado de criptomoedas em relação ao Bitcoin (BTC).
Apesar de parecer nome de remédio, ou mesmo de um criptoativo, Viatina-19 traduz o que se apresenta como uma revolução no mercado de investimentos. Viatina-19 é o nome de uma vaca nelore de três anos de idade que foi “meio vendida” por R$ 3,9 milhões no início de maio, durante a Expozebu, em Uberaba (MG).
A compra da “meia vaca”, que à primeira vista pode parecer uma ideia excêntrica para quem olha de fora, deve se reverter em grande oportunidade para o comprador, algo que só foi possível a partir da tokenização de Viatina-19, a jovem vaca de genética nobre campeã da Expoinel Minas de 2020 a 2022.
Olhando por este ângulo, a “meia vaca”, cuja outra metade continua nas mãos dos donos originais, possibilita ao investidor tirar proveito das próximas gerações de Viatina-19, como se ela fosse uma empresa e suas crias fossem dividendos, apesar dos riscos que envolvem o investimento, que incluem doenças e até a morte prematura do animal.
Por outro lado, a vaca é apenas um exemplo de uma ampla gama de possibilidades de tonekização, elencadas por Tota. O que inclui obras de arte, direitos federativos de jogadores, imóveis, hotéis, empresas e até campanhas beneficentes. Muitos destes exemplos já são realidade, como a tokenização pelo Mecanismo de Solidariedade da Federação Internacional de Futebol (FIFA), por exemplo.
O que ainda envolve aspectos éticos, lembrados por Fabricio Tota, que não levariam vegetarianos ou veganos a comprarem o token de uma vaca e sim o de uma empresa especializada em produtos veganos.
Segundo ele, a tokenização, no caso de criptoativos atrelados a produtos reais, pode ajudar a jogar por terra os argumentos da falta de lastro das criptos, uma vez que: de um lado existe um produto digitalmente rastreável e, de outro lado, um ativo real.
O que se soma aos produtos digitais, como os produtos das plataformas de metaverso, por exemplo, além do lastro em recompensas, como o caso do aplicativo Stepn, atrelado e movimentos físicos dos usuários.
Este conjunto de possibilidades da tokenização, segundo Tota, proporciona menos dependência às criptomoedas, sobretudo ao Bitcoin, na avaliação do especialista.
Só aqui no MB já tokenizamos mais de R$ 200 milhões em ativos. Ainda é pequeno dado o tamanho potencial desse mercado. Mas sem dúvida alguma será algo que transformará o mercado de investimentos em muito pouco tempo, concluiu.
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