Mineração de criptomoedas utiliza equipamento específico e consome grandes quantidades de energia elétrica (Bloomberg/Getty Images)
Desde 6 de setembro, a rede Ethereum passa por uma importante atualização, prevista para ser concluída entre os dias 13 e 15 deste mês. O segundo maior blockchain do mundo vai modificar a forma como valida suas transações, abandonando a mineração e adotando o mecanismo da prova de participação. Segundo Anthony di Iorio, um dos cofundadores da Ethereum, após a mudança a mineração pode ficar “esquecida” no setor cripto.
“[A mineração] ficará no esquecimento, mas não antes que as pessoas possam capitalizar dessa situação”, disse Di lorio ao CoinDesk.
Enquanto a mineração utiliza o poder computacional para verificar transações no blockchain, a prova de participação seleciona seus validadores por meio da quantidade de criptomoedas que eles têm com movimentação bloqueada na rede, um processo chamado de staking.
Com isso, especialistas prevêem uma economia de 99% no consumo de energia elétrica e uma rede mais rápida. No entanto, ainda existem no universo cripto aqueles que defendem que a mineração, criada a partir da rede Bitcoin em 2009, torna os blockchains mais seguros.
Segundo Anthony di Iorio, a mineração pode “cair no esquecimento” após a transição da Ethereum, que é um dos mais importantes ecossistemas em blockchain da atualidade. Di Iorio foi um de seus cofundadores, e no momento é CEO e fundador das empresas Decentral e Jaxx.
As pessoas tentariam aproveitar ao máximo os benefícios da mudança na rede Ethereum e, depois, deixariam a mineração no esquecimento, segundo Di Iorio em uma entrevista ao CoinDesk.
“Você verá muitas pessoas saindo da toca e tentando capitalizar de alguma forma, impulsionando uma agenda ou uma bifurcação específica” afirmou Di lorio ao CoinDesk na última sexta-feira, 9.
Um dos temores de Vitalik Buterin, o criador da Ethereum, é a formação de bifurcações na rede após a mudança, com a intenção de manter a mineração rodando nas redes geradas a partir do processo chamado de “hard fork”. Buterin chegou a recomendar aos defensores da mineração o uso da Ethereum Classic, rede oriunda de uma bifurcação da Ethereum após um ataque hacker em 2016.
Quanto à possíveis bifurcações, empresas do universo cripto se dividem entre apoiar totalmente a “The Merge” ou não. Binance, Coinbase e OpenSea são algumas das plataformas que já se pronunciaram sobre o assunto.
Segundo Di Iorio ao CoinDesk, a prova de trabalho, mecanismo sob o qual funciona a mineração, pode não ter o suporte necessário para continuar sendo amplamente utilizado. Isso levando em consideração “a quantidade de tempo e energia que foi gasto pela Ethereum Foundation” e o número de “players importantes que consideram a prova de participação um sistema superior”.
Di lorio acrescentou que, desde a criação da Ethereum, ficou claro que a rede um dia mudaria para um protocolo PoS. A ideia, inclusive, é debatida pela comunidade da Ethereum há alguns anos, e finalmente foi posta em prática depois de um grande planejamento.
“Isso foi uma coisa muito importante que foi discutida desde o início e que agora está sendo realizada”, afirmou Di Iorio.
Depois que a atualização da Ethereum foi concluída nos próximos dias, apenas a rede Bitcoin funcionará por meio da mineração entre os 10 maiores blockchains do mundo por capitalização de mercado, de acordo com dados atuais do CoinMarketCap.
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