Bitcoin valorizou mais de 150% em 2023 (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 20 de dezembro de 2023 às 11h58.
A revista The Economist, uma das publicações mais tradicionais e prestigiadas do mercado financeiro, reconheceu em um artigo divulgado na última segunda-feira, 18, o potencial do bitcoin e a sua crescente aceitação no mercado. Ao mesmo tempo, o texto compara a criptomoeda a uma barata, em especial pelo fato dela ter mostrado ser "indestrutível".
O texto, publicado na coluna com foco no mercado financeiro da revista, destaca a alta recente do ativo nas últimas semanas, com uma valorização de mais de 150% no acumulado de 2023. Entretanto, a coluna destaca que, para muitos reguladores, os criptoativos ainda são "uma praga indesejada".
"Os criminosos usam criptomoedas para lavar dinheiro. Os terroristas os usam para fazer pagamentos. Hackers exigem resgates em bitcoin. Muitas moedas criptográficas são criadas simplesmente para que seus fabricantes possam ganhar o dinheiro", comentou a revista ao explicar a visão das autoridades.
Por outro lado, o texto argumenta que o mercado de criptomoedas "parece ser indestrutível", destacando que o setor foi capaz de sobreviver a grandes crises, incluindo o mercado de baixa de 2022, a quebra da FTX e a renúncia do CEO da Binance, Changpeng Zhao.
"As criptomoedas não apenas sobreviveram, mas estão novamente em alta: o bitcoin subiu para uma máxima de dois anos de quase US$ 45 mil em 11 de dezembro, acima dos US$ 16.600 no início do ano", pontua a publicação.
Como razões para esse movimento, a The Economist cita a própria resiliência da tecnologia blockchain, que está por trás dessas criptomoedas e garante uma descentralização no mercado.
Além disso, "ainda há muitos motivos para acreditar que alguns tokens possuem valor". Para a revista, um argumento favorável para o bitcoin e outras criptomoedas é a visão de que "investir em cripto é uma aposta em um futuro em que o uso da tecnologia blockchain estará massificado".
"Mesmo a pequena chance de que [os projetos com cripto] darão certo vale alguma coisa", pontua a The Economist. Além disso, a revista afirma que "a cada ciclo de expansão e queda, fica mais claro que as criptomoedas não são uma bolha".
"Embora o bitcoin seja um ativo volátil, o seu histórico de preços parece mais uma cadeia de montanhas do que um único pico, e parece intimamente correlacionado com ações de tecnologia. No entanto, ele está apenas moderadamente correlacionado com o mercado mais amplo. Um ativo que oscila para cima e para baixo, e não em paralelo com outras coisas que as pessoas possam ter numa carteira, pode ser um diversificador útil", reconhece o texto.
A coluna argumenta ainda que a alta mais recente pode estar sendo causada exatamente pelo sucesso do bitcoin de "se estabelecer como um ativo sério" no mercado. Retomando a comparação com a barata, a The Economist ressalta que "apesar de suas falhas, as baratas têm seus usos", e esse parece ser o caso do bitcoin.
"As criptomoedas também têm suas utilidades, como a diversificação de portfólio e a manutenção do dinheiro seguro em regimes autoritários. E, como foi demonstrado, é praticamente impossível de matá-las", ressalta.
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