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Tether, emissora da USDT, chega a R$ 25 bilhões em reservas de bitcoin

Responsável pela maior stablecoin do mercado ampliou reservas na criptomoeda como estratégia de garantia de paridade com o dólar

Tether é a responsável pela emissão da stablecoin USDT (Reprodução/Reprodução)

Tether é a responsável pela emissão da stablecoin USDT (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 1 de abril de 2024 às 17h55.

Última atualização em 1 de abril de 2024 às 18h41.

A Tether, empresa responsável pela emissão da stablecoin Tether, divulgou nesta semana que expandiu suas reservas em bitcoin com novas compras no primeiro trimestre de 2024. Com isso, a empresa possui agora mais de 75 mil unidades do ativo, que valem mais de US$ 5,2 bilhões (R$ 26 bilhões, na cotação atual).

De acordo com informações divulgadas pela companhia, foram adquiridos US$ 627 milhões em unidades da criptomoeda ao longo do três primeiros meses de 2024. As compras fizeram a Tether superar pela primeira vez a marca de US$ 5 bilhões investidos no ativo.

O bitcoin é usado pela Tether como um dos ativos de reserva que garantem a paridade entre a USDT e o dólar. Na prática, a cotação da stablecoin busca ser sempre de US$ 1, e as reservas são uma forma de garantir a capacidade da empresa em acompanhar a moeda norte-americana. As compras do ativo começaram em setembro de 2022.

Com a aquisição, a Tether ocupa agora a posição de sétima maior investidora da criptomoedas. Em 2023, ela ocupou a 11ª posição. Além da Tether, outras companhias, gestoras e até governos - incluindo dos Estados Unidos e da China - fazem parte do grupo de maiores detentores do ativo.

Além do bitcoin, a Tether também realiza aquisições de títulos do Tesouro dos Estados Unidos como reserva. Entretanto, a companhia sinalizou em 2023 que tem buscado reduzir suas reservas em títulos e aumentar as reservas na criptomoeda para reduzir sua exposição à economia norte-americana.

Preocupações com a Tether

Em fevereiro deste ano, o banco JPMorgan divulgou um relatório em que avalia que o crescimento na capitalização de mercado das stablecoins nos últimos meses é um sinal positivo e "encorajador" para o futuro do segmento, mas ainda existem riscos e preocupações em torno da "dominância" da Tether no setor.

"A Tether representa um risco maior devido à falta de conformidade regulatória e transparência. Portanto, vemos a crescente concentração da Tether no ano passado como um fator negativo para as stablecoins e para o ecossistema cripto de forma mais ampla", argumenta o relatório.

Em resposta à análise do JPMorgan, o CEO da Tether Paolo Ardoino disse ao site The Block que estava "feliz em ler que o JPMorgan reconhece a importância da Tether e da tecnologia de stablecoins criada por nossa empresa. Mas me parece um pouco hipócrita a conversa sobre concentração vinda do JPMorgan, o maior banco do mundo".

Nos últimos anos, a Tether foi criticada principalmente pela falta de transparência em torno das reservas que garantem a paridade da USDT em relação ao dólar. Em 2023, a empresa passou a divulgar seus balanços de reservas, incluindo de bitcoin, buscando diminuir as preocupações do público.

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