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Sustentabilidade e inovação: a nova era da eficiência energética

As ferramentas de inteligência artificial seguem revolucionando a forma como empresas e governos gerenciam seus ativos e otimizam processos. No entanto, enfrentar os desafios energéticos vai além da geração; exige também repensar o consumo

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Publicado em 26 de janeiro de 2025 às 10h00.

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Por Paulo Cunha*

A COP30 terá como foco central as discussões sobre mudanças climáticas e transição energética, e com certeza irá colocar o Brasil como protagonista nos debates. O fato de o evento ser realizado em Belém, no coração da Amazônia, adiciona uma camada extra de importância à discussão sobre energia e sustentabilidade.

Dr. Werner Vogels, VP e CTO da Amazon, prevê para o cenário tecnológico de 2025 uma nova era de eficiência energética como motor da inovação. A sustentabilidade é uma prioridade global que traz desafios, mas também apresenta oportunidades únicas para gerar impactos positivos.

E, de fato, com a crescente preocupação ambiental, as organizações precisarão investir continuamente em tecnologias que aliem desenvolvimento econômico a soluções eficazes para os desafios ambientais.

Considerando um cenário mais amplo, há apenas dois anos a previsão era de uma onda de inovações nas tecnologias de energia inteligente, com foco em soluções de armazenamento, redes descentralizadas e sistemas de consumo inteligente.

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Isso foi uma resposta à crise global de energia e aos desafios sem precedentes impostos pela pandemia de COVID-19. No entanto, em um curtíssimo período o cenário evoluiu drasticamente. O advento da inteligência artificial generativa, combinado com um amplo movimento em prol da eletrificação em diversos setores — desde o transporte até a manufatura — aumentou significativamente a demanda por energia.

As ferramentas de inteligência artificial seguem revolucionando a forma como empresas e governos gerenciam seus ativos e otimizam processos. No entanto, enfrentar os desafios energéticos vai além da geração; exige também repensar o consumo.

Com o crescimento da demanda por poder computacional, impulsionado pela ampla adoção de IA generativa em diversos setores, é necessário reconsiderar como os data centers consomem energia. Atualmente, os data centers nos Estados Unidos consomem 4% da eletricidade do país, e projeções indicam que esse número pode chegar a 9% nos próximos cinco anos.

Nesse contexto, a computação em nuvem se destaca como uma solução eficiente e sustentável, reduzindo o uso de recursos e minimizando os impactos negativos ao meio ambiente. A migração de soluções locais para a nuvem não apenas simplifica a gestão de dados e aumenta a eficiência das empresas, mas também reduz o consumo de energia e as emissões de CO₂ associadas à infraestrutura tradicional.

Esse benefício é possível graças ao design de data centers, projetados de forma otimizada, e às tecnologias avançadas de resfriamento. A International Data Corporation (IDC) estima que os investimentos em nuvem na América Latina devem crescer a uma taxa anual composta de 30% ainda neste ano, com o Brasil sendo o principal mercado deste segmento.

Construir um futuro sustentável exige esforços conjuntos de governos, empresas e comunidades. A colaboração é essencial para alcançar uma economia global mais sustentável. Por isso, as organizações, aproveitando sua escala e recursos, devem apoiar ativamente os princípios da economia circular, assegurando a eficiência operacional de seus equipamentos e promovendo a reutilização, reparação e reciclagem.

Para maximizar o impacto positivo da computação em nuvem, é crucial adotar materiais ecoeficientes na infraestrutura dos data centers, como concreto e aço de baixo carbono, minimizando os impactos ambientais desde a base.

O próximo passo será projetar data centers como centros de carga flexíveis, capazes de ajustar seu consumo com base nas necessidades em tempo real da rede elétrica. Isso não apenas otimizará o uso de energia, mas também fortalecerá a estabilidade e a resiliência da rede da qual todos dependemos.

Adotar energias renováveis nas operações também é essencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a dependência de combustíveis fósseis. Na última década, as energias renováveis, como a solar e a eólica, tornaram-se cada vez mais escaláveis e confiáveis, estabelecendo um marco importante na jornada rumo a uma produção de energia mais sustentável.

Elas têm sido essenciais na redução de nossa pegada de carbono e na descentralização da produção. Na China, as renováveis já representam 37% da capacidade total de energia, e até 2028, espera-se que as fontes renováveis gerem 42% da oferta global de energia.

Apesar de seu rápido avanço e adoção generalizada, as renováveis sozinhas não conseguem atender à nossa crescente demanda por energia com a rapidez necessária. A energia nuclear ressurgiu como uma solução promissora. Não se trata de retornar aos modelos antigos, mas sim de adotar tecnologias de ponta, como os Reatores Modulares Pequenos (SMRs).

Esses reatores são menores, mais flexíveis e mais fáceis de manter e operar do que as usinas nucleares tradicionais. Empresas como a Amazon já estão fazendo investimentos significativos nesta área (por exemplo, liderando uma rodada de financiamento de US$ 500 milhões na X-Energy para desenvolver SMRs e se associando à Energy Northwest para desenvolver SMRs no estado de Washington), sinalizando uma confiança renovada em seu potencial.

A expansão da energia nuclear e o crescimento contínuo das energias renováveis irão estabelecer as bases para um futuro em que a nossa infraestrutura energética será um catalisador para a inovação e não uma restrição.
Sustentabilidade e inovação podem avançar lado a lado, criando soluções que otimizam operações empresariais enquanto ampliam seu impacto positivo no meio ambiente.

Ao unir práticas sustentáveis a avanços tecnológicos, as organizações contribuem significativamente para a conservação dos recursos naturais, e a redução de sua pegada ecológica, promovendo um futuro mais responsável, limpo e eficiente para todos.

*Paulo Cunha é o Diretor-Geral do Setor Público da AWS no Brasil, e atua como responsável por todas as questões relacionadas aos clientes do setor público no país, bem como pelas iniciativas de sustentabilidade. Durante seus oito anos no cargo, tornou-se um dos principais porta-vozes do Brasil, frequentemente falando à mídia sobre governo, energia, saúde, educação e sustentabilidade. Graduado em Engenharia Aeronáutica-Mecânica pelo ITA (Inst. Tecnologia de Aeronáutica) e com especialização em marketing e finanças pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), em mais de 25 anos de carreira já ocupou posições de liderança em grandes empresas de tecnologia, como Intel, Microsoft, Motorola e HP.

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